Editora: Única
ISBN: 9788573128628
Ano: 2013
Páginas: 190
Sanidade ou insanidade?!
Garota Interrompida não é um livro com uma história propriamente dita, mas é formado por alguns relatos alineares, indo e voltando no tempo. Susanna Kaysen, a autora, faz uma espécie de biografia, já que sabemos que a mesma realmente frequentou esse hospital para lunáticos - digamos assim.
No livro conhecemos a mente de Susanna - tudo é narrado em primeira pessoa - e vemos sua visão de mundo e tudo o que aconteceu em sua vida. O internamento foi "voluntário", de modo que ela procurou ajuda por estar percebendo que algo estava errado, mas não foi necessário tanto tempo para o terapeuta manda-la para o manicômio.
Conhecemos Daisy, Georgina, Lisa, Polly, Cynthia - entre outras que tem uma breve passagem no hospital. Um pouco da história de cada uma é contada.
"Na verdade, eu só queria matar uma parte de mim: a parte que queria se matar, que me arrastava para o dilema do suicídio e transformava cada janela, cada utensílio de cozinha e cada estação de metrô no ensaio de uma tragédia."
Um fator que gosto muito no livro é - como diz Angelina Jolie - a honestidade brutal. Não há nenhum preparamento ou uma maneira mais controlada de se contar tudo o que acontecia. Susanna apenas narra, as coisas boas e ruins. É justamente isso que faz Garota Interrompida ganhar muitas estrelas. Outra coisa ótima é que não é um livro para se explicar, é difícil resenhá-lo porque tudo está entre as paginas. É preciso ler para saber o que ele tem a oferecer.
Alguns dos melhores capítulos são: Fogo, Suicídio e Ossos expostos.
"Quem observa não consegue saber se uma pessoa está calada e quieta porque sua vida interior estacionou ou porque sua vida interior é de uma atividade paralisante."
Mas há algumas coisas que me fizeram ficar decepcionada. O livro é muito pouco explorado, acredito que havia muio mais a ser escrito e relatado, muitas partes ficaram bem vagas. Por exemplo, ainda não consegui entender o motivo dela ter ido parar lá. Apesar de trazer a descrição da doença e alguns comentários, acredito que ficou um pouco complexo demais, Susanna deveria ter explicado tudo.
Por esses motivos, prefiro mil vezes o filme, muito mais explorado, menos vago e sem perder a honestidade brutal.