domingo, 27 de março de 2016

[CURTA] Immediately afterlife


O curta Immediately afterlife é, acima de tudo, uma crítica construtiva sobre a religião. Não confunda religião com fé. O curta faz uma crítica direta a aqueles que transmitem a palavra divina e, de certa forma, se aproveitam dela.
No início, vemos uma série de lençóis brancos cobrindo várias pessoas, simulando uma morte coletiva. Porém, Marissa e Bennett foram as únicas que sobreviveram ao suicídio em massa da seita religiosa de que faziam parte. A partir daí, as duas fazem questionamentos a outra e a si. Questionam a religião, o culto, a seita, o pregador e o verdadeiro significado da vida que continuará. Os diálogos são muito inteligentes e o tempo todo existe uma tensão perceptível entre as duas. 
Ficou evidente para mim a crítica que se faz ao líder daquela ceita. Em determinado momento, fica implícito que esse líder já se envolveu sexualmente com suas seguidoras, inclusive Bennett.
É importante observar, também, como essa seita fez com que as duas se cegassem. Maior exemplo disso é quando Bennett começa a tomar o resto dos sacramentos acreditando que, assim, tomará o rumo correto. Nesse momento, Marissa - que diz ter acordado da cegueira - a questiona, contando que o líquido branco na verdade é um refrigerante de cor preta. 
O final é bastante aberto para interpretações, penso que ele demonstrou o início de um novo ciclo vicioso. Apesar dos questionamentos, abrir a porta para os dois homens, foi como fechar os olhos novamente. Parecia que por mais que desejassem deixar a seita, havia uma força maior do que todas aquelas dúvidas que as manteriam lá. 
E é por isso que a grande crítica do curta não é acreditar em uma entidade divina, mas unir-se a uma forma extrema de religião, acreditar nas palavras de alguém que pode estar te manipulando ao invés de te levar para a salvação. É similar ao posicionamento do filme A Bruxa, nesse sentido.
Mas é claro, essa foi a minha análise, creio que muitos possam ter visões diferentes sobre esse curta-metragem, afinal, uma arte como essa é feita para ser não só apreciada como interpretada a fundo. Se você assistiu, compartilhe suas opinião, vou adorar saber!
PS: Nem preciso citar a atuação maravilhosa das duas atrizes, né?! A Shay me surpreendeu e a Troian deixou ainda mais claro que ela merece um Oscar. POR QUE DIABOS NINGUÉM DEU UM OSCAR PRA ESSA MULHER?! Desculpa, me exaltei. Mas ela merece!

sexta-feira, 25 de março de 2016

A sua voz

Eu queria dizer que ainda escuto a sua voz.
A voz que parecia estar no meu ouvido
Mas era o telefone
Do outro lado da linha.
E você poderia estar tão perto
E me fazer carinho
Chamar de sua.
Seria sua, mas tive medo.
Medo do que não posso conhecer
Desconheço
Desapareço
Cresço.
Não deveria ter me chamado de confusa
Dissimulada
Não se envolva comigo
Não sei o que eu quero
Eu sabia
Sabia
Queria você sussurrando
De verdade
No ouvido
Aqui.
Mas abri as mãos
Te deixei ir
E quando a gente conversa
Quando a gente nutre essa amizade
Eu ainda escuto a sua voz
Do outro lado da linha.

terça-feira, 22 de março de 2016

I AM BACK, BITCHES!


Olá, leitores infinitos!
Sabe quando a vida da voltas? Com a faculdade e outras coisas que a vida me trouxe, sem querer desfoquei do blog, do canal e todas essas coisas. Isso se juntou com a minha ressaca literária e a falta de tempo pra ler. Percebi isso dias atrás e me repreendi. Não posso abandonar isso daqui, não posso abandonar vocês. Então é isso, I'm back, bitches! (espero que dessa vez definitivamente).
Estou criando todo um roteiro para arrumar tempo pra tudo, então logo tudo vai voltar ao normal. Porém, vou avisar que o blog vai mudar um pouquinho de formato.
Vocês estão acostumados com muitas resenhas, mas esse ritmo vai mudar. Não estou conseguindo ler tanto então não sei se teremos uma resenha por semana, mas vou tentar fazer o maior número possível. Em contrapartida, vocês terão muito mais textos meus, sejam eles crônicas ou comentários sobre determinado assunto. Além disso, as vezes o ritmo não será mais tão frequente, mas pelo menos dois posts por semana vocês terão. E claro, toda semana tem vídeo novo no canal!
E claro, vou tentar matutar sobre novas ideias e projetos, se quiserem deixar alguma sugestão, fiquem a vontade! :D
Sejam bem-vindos de volta!

domingo, 20 de março de 2016

[FILME] A Bruxa

A Bruxa narra a história de uma família que, por agirem de mal acordo com a fé religiosa, são expulsos da colônia em que moravam e passam a habitar um local praticamente abandonado cercado por uma floresta. Lá, constroem uma espécie de fazenda enquanto as relações entre eles começam a desmoronar. 
Tudo começa quando Thomasin, a filha mais velha, vai brincar com seu irmão bebê, Sam. De repente, ele desaparece. Foi levado por alguém encapuzado para a floresta. Com isso, a mãe fica em um estado decadente de depressão. Uma família de extremistas religiosos que acabam por se auto afligir por cometerem pecados naturais do ser-humano. Creio que o foco da obra seja esse, aliás, e não tão somente o culto às bruxas.
Outros fatores começam a se desencadear e Thomasin passa a ser a principal culpada por sua família. Logo, tudo se transforma em caos e a tensão só amenta a cada instante. 
Quando o filme terminou, ouvi muitos comentários que diziam "que bosta", "não acredito que gastei pra ver isso". Tenho uma resposta. Essas pessoas estavam procurando um filme de terror com sustos, desses que todos estão acostumados. Então já aviso, esse não é um longa comum. Fiquei com medo? Acho que a palavra não é medo, mas desconforto, algo que não sei explicar. 
A Bruxa é um filme extremamente inteligente com diversas críticas intrínsecas a ele. Algo que pretende revolucionar o terror com que estamos acostumados, trazendo algo muito mais psicológico que um simples susto. E, na minha opinião, algo que mexe com o seu psicológico pode te dar muito mais medo do que um grito de dez segundos, se é isso que a maioria procura. assistir de novo em breve e criar novas teorias - quem sabe eu não divido alguma com vocês? 

sábado, 5 de março de 2016

Primeiras impressões: Spettacolo - Rafaela Papini

Editora: Arwen
Ano: 2015
ISBN: 9788568255254
Páginas: 50 de 327

"(...)A única coisa que poderia ser considerada rotineira na vida circense era a mudança."

Depois de ler os primeiros capítulos do livro enviados pela autora, fiquei encantada com a atmosfera mágica do circo que ela conseguiu criar. Me interessei logo de primeira justamente por nunca ter lido algo que remetesse ao circo. E nada melhor do que um nacional com uma premissa diferente, não é?!
Somos apresentados a Hiram, o Dragão, um dos circenses. Tudo o que sabemos é que ele perdeu a mãe em um acidente, um incêndio, e desde então os sorrisos da platéia não são suficientes para preencher o vazio em seu peito.

"Era estranho fazer as pessoas sentirem-se felizes e ele mesmo não estar assim, tirar a maquiagem ao fim de cada dia e livrar-se assim tão facilmente da magia do circo."

Conhecemos Malu, uma garota que se acostumou com seu namoro de três anos e não se permite sair da zona de conforto, embora sua melhor amiga, Kátia, sempre tente tirá-la de lá.

"O cheiro do álcool, do fogo consumindo a tocha, o calor crescente que lhe atingia o corpo e que ao invés de o ferir, o fazia arder em chamas também."

O que acontece depois é previsível e parece uma fanfic mais trabalhada, isso me deixou um pouco com o pé atrás. Acontece o que você, leitor, já deve imaginar. Malu e Hiram trocam olhares e, de certa forma, se apaixonam, durante uma apresentação de circo. 

"Tomou um banho rápido e, enquanto deixava a água escorrer por seus ombros, desejou que ela levasse pelo ralo também toda a frustração que estava sentindo."

Apesar do ponto negativo, não me fez tirar a vontade de ler a obra inteira, já que ainda há muitos segredos ali no meio que pretendo descobrir e a atmosfera do circo me encantou. Apesar do romance previsível que eu geralmente não gosto, algo me diz que vou gostar da história em geral. 
Parece ser um livro gostoso de ler - li muito rápido os primeiros capítulos, alias - e que diverte, preenche aquela tarde tediosa de domingo, sabe?

quinta-feira, 3 de março de 2016

Lidos/recebidos em fevereiro

Confesso que a maldita ressaca literária e a minha confusão com as primeiras semanas da faculdade me impediram de ler. Em fevereiro, li apenas dois livros. O que, pra mim, é estar em decadência. Saudades ter tempo. Mas enfim, os dois que li foram incríveis, então valeram a pena! Vem conferir no vídeo quais foram! (e eu ainda dou uma dica de uma página muito legal sobre cultura, o ogro cult)