sábado, 31 de dezembro de 2016

Feliz ano novo!

Fiquei sabendo nos quarenta e cinco minutos do último tempo que, segundo os astros, 2016 era um ano de términos. Era? E, de fato, muitas coisas se encerraram. Houve o acidente de avião que acabou levando praticamente todo o chapecoense e talvez esse seja o término mais doloroso. Outras coisas aconteceram no mundo político, no mundo dos famosos, da internet e das notícias. Sim, muita dor, muitos finais e poucos começos. Mas houveram começos, sim. Aqui estou não para me lamentar, mas para agradecer todos os começos e finais que 2016 trouxe na minha vida. Porque finais também são necessários para sacudir a poeira e seguir em frente.
Comecei a cursar publicidade e propaganda. Não é uma faculdade pública, como eu queria. Aquele sonho se encerrou. Mas veio o começo. Durante esse período, fiz viagens todos os dias de volta para a minha cidade, desenvolvi uma ansiedade muito forte e tive alguns outros problemas. Não consegui aproveitá-la como um todo. Mas algumas amizades começaram ali. E a minha paixão e dúvida entre qual parte da área de criação seguir. Ou seria planejamento?
Relacionei-me com pessoas. Descobri muito mais sobre mim que pensava que existia. E depois, quando encontrei minha melhor amiga da escola, percebi o quanto estava diferente, o quanto nós estávamos diferentes. Vivi alguns romances confusos e mal resolvidos, mas com eles também comecei a perceber que havia qualidades em mim que nem eu percebia. E hoje percebo que um término não pode me deixar levar essas qualidades embora. 
Tive um início seguido de um final não desejado e mal resolvido mas que com certeza terá seu recomeço. Publiquei o meu primeiro livro, A Garota do Casaco Vermelho. Entretanto, o desenrolar da história não foi nada como planejei. Tudo virou caos e levou minha mente confusa a um ponto de quase fusão. Eu estava quase explodindo quando decidi escrever um livro novo e começar de novo. E ter calma, porque a Scarlet ainda vai ter a chance de conhecer todo mundo.
O blog ficou um tanto quanto parado e foi aquele final suspenso no ar, pensei que acabaria. Mas resolvi reergue-lo e aqui estou.
É porque, por incrível que pareça, eu aprendi algumas muitas coisas com esses finais. Aprendi que amor é acréscimo e todos nós somos incríveis. Aprendi que meus defeitos podem ser tão bonitos quanto as minhas qualidades. Percebi que sou egoísta as vezes e mudar é um mal necessário. Ou um bem necessário. Mas que preciso mudar por mim e não por alguém que me mandou fazer isso. Percebi que não preciso ter um certo bloqueio de fazer amizades porque as vezes um não acontece e não é o fim do mundo. Pretendo aprender isso ao longo do ano.
Mas como já disse, minha maior meta é começar fevereiro me amando muito mais e terminar o ano com muito, mas muito, amor próprio. Nem que seja necessário assistir MMFD mil e uma vezes até eu tirar todas as coisas necessárias e bonitas dessa série.
Eu quero me descobrir ainda mais. Eu quero parar de me preocupar com rótulos. Eu quero ser apenas eu sem medo. Eu quero escrever novos livros e textos. Eu quero voltar com tudo com o blog, dessa vez de verdade. Eu quero arrumar um estágio. Eu quero entrar pra agência da faculdade. Eu quero apresentar mais e mais peças e ser mais inteira no grupo de teatro. Tem tanta coisa... E eu vou conseguir!
E falando nessas coisas de descobertas, sabe o que descobri?
Meu sonho de ser atriz profissional pode estar em estado de espera, mas percebi que as vezes a vida traz outros rumos pra gente, outras oportunidades. Eu escrevo. Sou escritora. E vou continuar escrevendo ainda mais e tentando mudar pelo menos um pouquinho a vida de quem lê.
É isso.
Seja bem-vindo, 2017.
E que seja o ano dos recomeços.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Não queira encontrar a sua metade da laranja

Recentemente, consultei todo o meu psicológico. Decidi que precisava me amar em primeiro lugar. Percebi que estava procurando pessoas e mais pessoas para preencher um vazio que é meu trabalho preencher. Quando coisas ruins acontecem e você fica deprimido, cheio de problemas, é normal procurar uma âncora. Mas não é saudável. Cheguei a conclusão que eu preciso ser minha própria âncora. Essa é minha tarefa. Minha maior meta pessoal para o ano que vem.
Em primeiro lugar, se ame. Cure a si mesmo. Olhe para as suas cicatrizes e pense que elas te tornam quem você é. Elas são essenciais. Não são feias. Ame a si para poder, então, ser amado. E nunca, em hipótese alguma, procure a sua metade da laranja porque você a laranja inteira.
Amor sincero e saudável não é complemento. 
Amor é acréscimo.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

[SÉRIES] Por que Octavia Blake NÃO pode morrer


Octavia Blake sofrerá algumas mudanças na 4ª temporada de The 100. Ela será uma personagem muito mais forte, uma própria guerreira em busca de vingança. E, em meio a essas batalhas, há um rumor de que talvez a rainha da série — que não é a Clarke, me respeitem — morra em meio a essa temporada — e se ela morrer mesmo espero que a série acabe, porque não vou conseguir assistir. Por isso, reuni alguns motivos pelos quais Octavia Blake deve continuar viva!
  • Octavia Blake é sinônimo de empoderamento.
Desde o começo da série, Octavia nunca precisou de ninguém para ser quem é. Sempre foi muito independente e uma mulher forte. Inclusive, quando a colocaram pra viver um romance e focaram nisso eu quis ir lá socar o produtor por ter desperdiçado tanto o potencial da personagem — e da atriz.
  • Ela aguentou anos escondida, sentindo rejeição, e mesmo assim aguentou firme.
Devido as regras impostas pela Arca, Octavia não poderia existir. Então, ela vivia praticamente enterrada e escondida. Imagine a rejeição que ela não sentia por isso, apesar de sempre ter o irmão ao seu lado. Quando descobriram, a garota se tornou uma das cem prisioneiras. E sabe o que ela fez com essa história? Tomou posse, fez com que fizesse parte de si e tornou-se ainda mais forte.
  • We are back, bitches!!!
Preciso dizer mais alguma coisa?! Desde aquele momento, sabia que ela seria a minha preferida.
  • Busca sempre fazer a justiça.
Uma das minhas visões sobre ela é a de uma justiceira. O signo da Octavia com certeza seria Áries. Ela sempre está tentando fazer as coisas sozinha, por si mesma, e, principalmente nos últimos episódios, buscando a justiça. Mas é justiça? Aí eu já não sei. Acho que ela e a Garota do casaco vermelho — do meu livro, pra quem não conhece seriam ótimas amigas.
  • Tenta sempre fazer o melhor para quem ama.
Não só para o namorado morto, mas principalmente para o Bellamy. A Octavia está sempre ali. E ela não é do tipo que passa a mão na cabeça. Quando algo está errado ela diz e luta contra aquilo, mesmo que tenha ir contra o próprio irmão. Porém, está sempre fazendo isso por um bom motivo — pelo menos até agora, não é, mesmo?!

Resumindo, a Octavia é foda e seria um desperdício matá-la. Quando vi uma certa cena do trailer, me arrepiei toda e estou com um certo medinho. Ouvi dizer que talvez a Raven também morra. Quanto desperdício! Por que não matam a Clarke, então? Brinks, eu gosto sim da Clarke (ela melhorou muito) mas às vezes me irrita.


domingo, 25 de dezembro de 2016

Feliz natal, leitores infinitos!


Se eu começar a falar demais, vou acabar fazendo todo o meu discurso de ano novo — que vai ficar pra daqui alguns dias. Mas quero desejar um feliz natal para todos vocês e que aproveitem da melhor forma possível. Seja sozinho, seja com namoradx ou com a família. E obrigada por terem me acompanhado até aqui e não terem desistido do blog — mesmo eu quase fazendo isso. Prometo que ano que vem ele estará de volta com força total!
FELIZ NATAL, LEITORES INFINITOS!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Resenha: A Guardiã de Histórias

Ano: 2016
ISBN:
Páginas: 322
Nota: 4/5
Editora: Bertrand Brasil

Escreva sua História. Ela será lembrada.
Um questionamento feito por todos é para onde você vai quando morre. Se você morasse no universo de A Guardiã de Histórias, eu saberia te dizer a resposta. Ninguém morre de verdade. Não acaba. Existe um lugar chamado Arquivo em que Histórias ficam armazenadas em gavetas. Como se livros fossem mortos flutuantes preenchendo as estantes. Mas quem disse que isso não pode acontecer na vida? Afinal, nossas histórias sempre permanecem. Porém, como em filmes de terror com espíritos que vagam pela terra, algumas Histórias acordam — principalmente quando têm alguma coisa mal resolvida — e vão para os Estreitos. Elas não podem, de jeito nenhum, chegar ao Exterior. Quando chegam, a Equipe as manda de volta. Mas o Estreio é local para os Guardiões.

"Existe algo inegavelmente triste sobre Owen, algo perdido, mas não tomaria essa forma. A tristeza pode drenar a luta dos traços de uma pessoa, mas os dele são claros. Ousados. Quase desafiadores."

Mackenzie Bishop, guardiã de histórias. A garota torna-se parte desse mundo paralelo quando seu avô, Da, morre e passa a responsabilidade para ela. Entretanto, seu irmão, Ben, morre e a garota fica muito mal, assim como sua família. Eles se mudam para um antigo hotel mais ou menos abandonado. O Coronado. Lá, a mãe Bishop vai reinaugurar o café do local. A lista de Histórias a serem resgatadas fica ainda maior e Kenzie também conhece Wesley, o garoto do delineador. Muitas confusões acontecem e os dois — principalmente ela — acabando se metendo em confusões e mentiras.

"Mas as pessoas são feitas de ruído, Mac. O mundo é cheio deles. E encontrar o silêncio não é uma questão de empurrar tudo para fora. Apenas de se colocar para dentro. Só isso."

O início da obra é bem parada, mas necessário. É nesse começo que somos apresentados a todo esse novo universo muito bem construído, aliás. Depois, a história começa a andar e as vezes fica complexa demais — mas nada que não dê pra entender. São vários nomes e histórias e memórias que se revelam e anéis que fazem um bloqueio para o barulho que Mackenzie não suporta escutar. E segredos do Arquivo que serão revelados e confianças que vão ser quebradas e traições e romance que não é bem romance — do jeitinho que eu gosto. Enfim, são muitas reviravoltas que vão te fazer devorar as últimas páginas.

" — E se eu estragar tudo?
— Ah, você vai. Vai estragar tudo, vai cometer erros, vai quebrar coisas. Algumas, vai conseguir concertar, e outras serão perdidas. Isso tudo é um fato. Ma só há uma coisa que você pode fazer por mim.
— O que é?
— Continuar viva por tempo bastante para estragar tudo de novo."

Porém, como disse, o início é meio parado e eu demorei para me envolver de verdade. Digo, estava envolvida com o universo desde o começo, mas não com a narrativa. As reviravoltas, na minha opinião, foram previsíveis. Apenas uma foi bem surpreendente e me fez repensar sobre quem estava certo e se existia lado certo. Mas em nenhum momento falei: que livro, genial!! O que me deixou um pouco chateada, porque é o primeiro livro que leio da autora e tinha muita expectativa.
A Guardiã de Histórias é um livro ótimo com um mundo muito bem consolidado e perfeito para quem gosta de uma boa quantidade de plot-twists.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Conto novo, de novo!

Olá, leitores infinitos!
Estava concorrendo para participar de uma antologia sobre psicopatas, mas não ganhei. Talvez, no fim das contas, eu tenha fugido do tema. Ou não. Na verdade, não sei do que esse conto se trata. E também não sei se é uma história linear. A verdade é que o texto foi escrito praticamente sozinho e quando eu olhei e li tudo de novo pensei: puta que pariu.
Realmente, essas três palavras descrever tudo o que eu pensei. Perdoem o palavrão, mas foi necessário. Acho que foi o melhor conto que eu escrevi. Não em relação a enredo e essas coisas, mas o modo como foi escrito. É um dos mais chocantes também, e de te deixar pensando. Porque não há uma conclusão.
Eis o conto, para que vocês tirem suas próprias respostas e façam suas próprias reflexões.
(Família, por favor, não me coloquem em um hospital psiquiátrico. Eu sei que vocês não estão acostumados comigo escrevendo histórias assim.)

 Roubo - Beatriz Nogueira
Clique na imagem para ler o conto: Roubo - Beatriz Nogueira.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

[SÉRIES] Coisas que eu aprendi com My mad fat diary


My mad fat diary conta a história de Rae Earl, uma garota cheia de problemas que acabou de voltar de um hospital psiquiátrico após uma tentativa de suicídio. Assim que volta, precisa dar adeus aos seus amigos do hospital e dizer olá para o mundo exterior. Ela retoma a amizade com sua ex-melhor amiga, Chloe e acaba fazendo amizade com um grupo posteriormente chamado de The Gang. Porém, ninguém ali sabe o que ela realmente estava fazendo no período em que ficou quatro meses fora. Além disso, toda semana ela visita seu terapeuta, Kester, para suas sessões.


Eu estava passando por uma fase de extrema ansiedade por conta de alguns problemas e não conseguia fazer nada durante o dia — foi por isso que o blog parou, de novo — eu simplesmente só ficava passando o tempo fazendo absolutamente nada e esperando por uma resposta. Até que lembrei da existência dessa série e resolvi tentar assistir — tendo a certeza de que não conseguiria porque estava difícil focar em alguma coisa. E foi amor a primeira vista, passei dois dias assistindo a todos os dezesseis episódios e aprendi muito com eles.


A Rae é uma personagem com quem eu me identifico. Seus pensamentos ruins sobre sua personalidade não são iguais aos meus, mas nós duas temos uma puta insegurança e auto estima baixa. Foi engraçado que eu me vi em todos os episódios. As sessões de terapia parecia que eram feitas para mim, sabe? Tudo se parecia tanto que eu vivi a série — talvez até mais do que deveria. Como vocês devem saber, eu sou uma pessoa insensível que não costuma chorar com essas coisas, mas eu não parava de chorar. Pelo menos a cada dois episódios, eu derramava algumas lágrimas.


E quando acabou eu fiquei me sentindo meio ué. Fiquei procurando o tempo todo respostas de como eu me amaria. E como eu vou saber que estou me amando? Porque só assim as outras pessoas vão gostar de mim de verdade. Mas eu aprendi várias coisas. Aprendi que, às vezes, sou meio egoísta de não perceber o quanto estão tentando me ajudar — mesmo que também estejam quebrados. Uma coisa que eu já sabia, mas se agravou, é que todo mundo possui problemas. Todos nós estamos um pouco quebrados. Aprendi a contar até dez e talvez a procurar um pouquinho mais de qualidades em mim ao invés de defeitos. No final, há uma cena em que parece que vai haver um suicídio. E eu pensava "Não. Não pode terminar assim. Se essa é a única solução, então nada vale a pena."
Mas a série terminou bem, eu acho. E meu coração ainda não está 100% curado, mas My mad fat diary me ajudou a pelo menos me permitir a começar a me curar — de verdade.

sábado, 10 de dezembro de 2016

PH Poem a day

A Chanice do blog Perhappiness criou o PH Poem a day. Um desafio de escrita para todos aqueles que são amantes dessa arte. A cada dia do mês, um tema, uma palavra. A cada dia do mês, uma poesia. Clicando ali em cima no blog dela você pode saber mais sobre o desafio. Por ora, vou mostrar para vocês os temas de dezembro.

Eu sou uma negação com desafios. Ia fazer o NaNoWriMo e fracassei miseravelmente, não escrevi absolutamente n a d a. Mas, apesar de esquecer alguns dias e fazer atrasado, estou até que indo bem. Por isso, hoje vim aqui compartilhar os meus textos favoritos dessa semana. Escrevi até poema!

A harpa
Era divertido brincar com você. Tocar a minha harpa e te ver dançar com os cabelos loiros esvoaçantes. Às vezes, você chegava da escola com um rabo de cavalo e não tinha sensação melhor do que te ver aliviada por desmanchá-lo e dançar para mim. Leve, como se pudesse flutuar. Lembro-me do sorriso que você dirigia a mim. Lembro-me de como você queria me tocar, mas simplesmente não podia porque minha vida era definida em uma cadeira de rodas. E eu não queria que você soubesse o quanto meus músculos eram frágeis e só a minha cintura pra cima sentiria o seu toque. Meu melhor momento era fazer música pra você e te ver dançar. Sorrir para mim.
Mas você se foi.
E a harpa ficou.
A cadeira também.

As cutículas
Talvez se eu tivesse negado
                                  Tantos beijos sem motivo,
Eu me amasse mais.
Talvez se eu olhasse no espelho
                                  E não visse um lixo,
Eu me amasse mais.
Talvez se eu te deixasse ir embora
                                   Pra nunca mais,
Eu me amasse mais.
Talvez se eu não vivesse arrancando cutículas
                                         Com o dente,
Eu me amasse mais.
Talvez se eu não fosse tão ansiosa
                                      E tão confusa,
Eu me amasse mais.

E talvez se eu tivesse aprendido
Que me amar mais
Dependeria
                 Só
                     De
                          Mim.
E de aceitar
                Todos os
                              Meus
         DEFEITOS
Eu me amaria.

A ferida
Sinto-me mal por não conseguir me sentir mal ao ver suas feridas abertas. E saber que eu provoquei cada uma delas. Foi difícil te manter aqui sob meu encanto, mas você permaneceu, mais uma vez. Você me temia e não foi embora e o medo é maior que o amor. O medo sempre vence. Mas quando tentei tirar as suas roupas para consumir de nossa lua de mel, você recuou. E se você não tivesse recuado, talvez não estivesse morta. É difícil dizer isso, mas você sempre foi a minha bonequinha. Literalmente. Na verdade não é difícil. Eu estudo. Sei o que sou. E você foi seduzida por alguém com muitos problemas mentais. E não quis ser a minha primeira mulher. Recuou. Foi embora. Ah, querida, você devia ter pensado melhor. Aí eu não estaria aqui, causando feridas e sugando seu sangue. Não teria que fazer isso de um jeito pior. O nome disso não é amor. O nome disso é medo. De amar?

A vodka
Você foi embora e tudo o que me deixou foi uma garrafa de vodka. Como se soubesse que assim que você desse meia volta e voltasse para a sua vida feliz com a sua esposa eu faria questão de virar essa merda até não saber até onde estou. E não sei. Fiquei perdido em você, acreditei em suas palavras e tudo o que me resta agora é esse líquido em cima da mesa, dentro de uma garrafa transparente. Esse líquido promete me fazer te esquecer por uma noite. Deve ser uma coisa mágica, conseguir deixar de lado todas as promessas que você me fez. Você se descobriu comigo, ou pelo menos era o que dizia. Ingênuo fui eu de achar que ao invés dessa garrafa, você me deixaria os documentos do seu divórcio. É difícil demais pra você admitir que gosta de comer outros homens, não é?! Filho da puta. Agora eu tô aqui, abrindo essa garrafa porque é a última coisa que me lembra você e o nosso maldito primeiro encontro. Mas o nosso primeiro encontro era uma reunião da empresa e você tinha que levar uma bebida para o seu chefe. Ordinário. Mal sabia que o meu chefe sempre foi você. Chefe de todas as minhas ações. Você tomou conta da minha vida. A minha vida sem graça e entediante. Os comentários. Escutava comentários dizendo que nunca ninguém ia se submeter a amar uma bicha como eu. E sabe o que eu fazia? Eu ignorava. Ignorava porque sabia que você. Você me amava. E essa merda ta ardida e ta queimando mas não queima mais do que lembrar de quando você disse que me amava e amava tanto que estava disposto a deixar tudo pra trás e fugir comigo. Ingênuo sou eu que acreditei. Você nunca destruiria sua vida perfeita por mim, destruiria? Eu me humilhei tanto. E eu estou me humilhando agora, escrevendo esse texto em um manuscrito qualquer. E isso provavelmente vai ficar todo manchado de vodka quando eu parar de escrever e começar a beber pra valer. Arde. Queima. Trucida. Aos poucos. Eu quero tanto que você se foda. Você. Você não me deixou nada. Não podíamos ter nada concreto, nenhum objeto que remetesse a nós dois. Eu me submeti a isso. E estou me submetendo a esse líquido comprometedor que não está me fazendo esquecer porra nenhuma. Por quê? 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Resenha: Sophia Abrahão Numa outra - Camila Fremder

Ano: 2016
ISBN: 9788584390526
Páginas: 160
Nota: 4/5
Editora: Paralela

"Faz o meu mapa?"

Não vou negar que quando soube do livro da Sophia, torci o nariz. Nesse mundo repleto de youtubers lançando livros - que são mais produtos de marketing - com biografias e a maioria nem escrevendo ou lendo o próprio livro, criei um certo preconceito, confesso. Sim, o nome disso é marketing, mas a sociedade funciona assim, não é?! E claro que eu sei que alguns youtubers escrevem, de fato, o livro. Mas enfim, não vamos entrar nisso. O fato é que sempre vi a Sophia falando que quem escreveu o livro foi a Camila, dando os devidos créditos e importância para a autora e pensei "poxa, é por isso que eu me orgulho tanto dela". E sabendo que ela estava aqui para me apoiar com meu livro, não seria nada justo não dar ao menos uma chance para o livro dela. E foi na fila da sessão de autógrafos que, com muito medo - confesso, abri Numa outra e comecei a ler.

"O mundo precisa de mais amor e menos julgamento."

O livro contém diversos contos com histórias vividas pela atriz. Desde sua viagem a China, passando pela época em que participou da novela Rebelde, até um texto inteiro falando sobre sua paixão por astrologia. A letra é maior do que a que estou acostumada e o livro é cheio de imagens de ensaios e fotos do instagram, dando uma maior dinamicidade para a leitura.



A única coisa que atrapalhou na hora de ler é o fato de algumas palavras ou frases estarem cortadas e intercaladas por várias páginas de imagens.

"Cada pessoa tem um tipo de corpo e um tipo de beleza."

Foi muito legal descobrir um outro lado dela, também. Parece que com esse livro pude conhecer mais da Sophia sem o Abrahão. E amei! Descobri como funcionava o seu trabalho na China, o que ela sentia em relação aos colegas de elenco em Rebelde e ainda percebi alguns babados fortíssimos! Hahaha


Porém, esse é um livro para todos aqueles que já conhecem Sophia Abrahão. Foi uma obra feita para os fãs, como se fosse um presente. Então não tenho certeza se todos iriam gostar de ler. Mas acho que vale a pena dar uma chance.

sábado, 3 de dezembro de 2016

[SÉRIES] Meus episódios preferidos de Black Mirror

Black mirror é a série que promete acabar com todo o seu emocional. Todos os episódios são independentes, cada um com sua própria história. Entretanto, há uma coisa em comum: a tecnologia. Estão inseridos neles um tipo de tecnologia que pode estar presente futuramente na sociedade. Se não é exatamente assim, torna-se algo relacionado. O fator principal da série é o nível das consequências que tudo pode gerar. Sabe aquele tapa na cara da sociedade?! Então!
Alguns episódios me marcaram muito e me fizeram refletir demais. Outros me deram um chacoalhão e outros ainda me fizeram perguntar o que eu estou fazendo aqui ainda. Hoje, resolvi comentar com vocês um pouquinho dos meus três episódios preferidos.

Shut up and dance - Terceira temporada, episódio 3.
O episódio começa de verdade com um garoto que se masturba em frente a webcam, vendo algum vídeo pornográfico. Logo depois, recebe uma mensagem anônima, ameaçando de mandar esse vídeo para todo mundo. Com medo, o garoto faz tudo o que mandam. E isso vai longe, muito longe. No fim do episódio, fiquei de boca aberta. Não posso contar o final, mas me lembrou muito o meu livro, A Garota do casaco vermelho quanto a essa coisa de justiça. O que é justiça? Quem estava certo? Será que o garoto é tão inocente assim? 
15 million merits - Primeira temporada, episódio 2.
Basicamente, uma espécie de distopia misturada com reality show e a ideia de Big Brother. Tudo ali é artificial e conseguido com o dinheiro do lugar, produzido quando o participante pedala em sua bicicleta. O lugar é enorme e conta com vários canais de TV, inclusive, um programa estilo X Factor. Enfim, o enredo do meio você vai saber assistindo, mas o que importa é o tremendo choque que esse episódio me causou. A princípio, foi o que eu mais odiei. Mas amei por ter odiado tanto. É sério. Esse aqui não só te da um tapa, mas também uma voadora que te faz viajar quilômetros. Pensei que não conseguiria ter vida depois de acabar e ficaria eternamente numa dúvida cruel. Sobre o que eu estou falando? O ciclo da sociedade. E se você não concorda, vai lá, faz um discurso. Aí te oferecem algo "fenomenal" pra você calar a boca. E você cala? É o ciclo, meu amor. (ESTOU QUERENDO GRITAR SÓ DE ESCREVER ESSE TEXTO)

Hated in the nation - Terceira temporada, episódio 6.
Eu achei que esse episódio seria chato, entediante. Aí uma amiga minha disse que tinha toda essa coisa de justiça e eu pensei: por que não continuar? Continuei. Cheguei ao final. Quis me jogar da ponte. É sério. Eu tô dizendo isso constantemente, mas é porque essa série realmente consegue acabar com todo o meu psicológico. Sou fascinada com isso de justiça, mas esse episódio é mais sobre as consequências de uma justiça. E as consequências em geral. E também te ensina a temer as abelhas. E tomar cuidado com as suas hashtags no twitter. 

Se chegamos a uma conclusão, é que eu quero dar um beijo no produtor de Black Mirror. Essa, com certeza, é a série mais foda e mais doída que eu já assisti! Se você ainda não assistiu, se prepara psicologicamente e depois vai com fé. Tem na netflix, viu?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Resenha: Novembro, 9 - Colleen Hoover

Editora: Galera Record
Ano: 2016
ISBN: 9788501076250
Páginas: 352
Nota: 5/5

Você não deveria ser tão importante assim pra mim. 
Talvez o destino tenha alguma coisa a ver com isso.
Fazia muito tempo que não escrevia uma resenha porque, na verdade, fazia muito tempo que eu não lia um livro. Minha estante está repleta de não-lidos, mas sabe quando nenhum te interessa? Principalmente depois de escrever o meu livro e estar preocupada com o lançamento e outros detalhes da publicação. Mas parece que nesse fim de mês, o bloqueio literário resolveu ir embora. Foi escorrendo pelo ralo aos poucos, mas foi nesse exato momento em que tive o bendito estalo. Comecei a ler Novembro, 9 hoje mesmo, assim que minha encomenda chegou. E foram cinco horas de risadas, paixão, sofrência e um coração destruído em migalhas. Vocês sabem que eu odeio romance, mas a Colleen Hoover consegue me fazer amar cada um deles. Ela e sua habilidade de criar os melhores personagens e os melhores plot-twists. Deixando a divagação de lado, vamos ao que interessa.

"Meus defeitos são o que me faz acordar de manhã e o que me deixa acordada a noite."

Fallon costumava ser a protagonista de uma série americana famosa, mas tudo foi interrompido quando a casa de seu pai foi incendiada. Ela não costumava ficar muito lá, já que morava com sua mãe, mas estava ali naquela noite. Destino cruel? Talvez. Seu pai simplesmente esqueceu que ela estava ali e quando todos ouviram os gritos, a menina já estava ferida.

"Quem quer que tenha dito que a verdade machuca estava sendo otimista. A verdade é uma filha da puta que provoca uma dor excruciante."

Por isso, com dezoito anos, ela tem a parte esquerda do corpo repleta de cicatrizes. Desde o rosto descendo até a cintura. E é extremamente insegura com isso. Dia 9 de novembro é o aniversário do acidente. O livro começa dois anos depois, quando ela está em um restaurante com seu pai contando a notícia de que está prestes a ir para Nova York com o intuito de continuar sua carreira de atriz. Os dois começam uma briga quando ele diz que não existe mais chance para ela. Assim, de repente, surge Ben, um cara totalmente X que se mete no meio da conversa e finge ser namorado da garota enquanto a defende.

"Você nunca vai conseguir se encontrar se estiver perdida em outra pessoa."

A questão é que esse encontro culmina quando os dois acabam passando o dia todo juntos e acabam rindo, se divertindo, gostando um do outro e esquecendo o que aquela data significa. E então, criam um novo significado. Eles não poderão manter contato nenhum, mas deverão se encontrar todo dia 9 de novembro, na mesma hora e no mesmo local. E Ben tem a missão de escrever um livro sobre isso. Em troca, Fallon também tem que cumprir algumas tarefas.

"Talvez os gestos grandiosos não importem tanto quanto todas as coisas irrelevantes entre os dois personagens principais."

Novembro, 9 foi um livro que não me deixou largá-lo nem por um instante - talvez só um pouco, porque eu precisava respirar. A narrativa é totalmente ágil e, as vezes, angustiante. A premissa é sim, clichê, e lembra Um Dia - a autora até brinca com isso - mas Colleen Hoover, como sempre, consegue transformar o clichê em algo completamente diferente e incrível. A construção dos personagens também é extremamente bem feita. Fiquei com medo de não perceber o crescimento ao longo dos anos ou que a autora deixasse alguma coisa passar, mas isso não aconteceu.

"Porque quando você ama uma pessoa, tem o dever de ajudá-la a ser a melhor versão de si mesma."

Fallon e Ben são dois personagens incríveis e fortes que com certeza ganharam meu coração. No início, achei Ben um tanto quanto machista e pensei até em desistir da leitura. Mas depois, percebi que não era nada daquilo. Ainda bem que eu resolvi não parar no primeiro capítulo. Não vou falar muito sobre eles pois acho que todos deveriam conhecê-los, mas posso dizer que me ensinaram muitas coisas.


Aliás, essa é uma obra repleta de ensinamentos. Alguns estão ali, prontos para que você veja, outros estão contidos em pequenos detalhes. Mas o fato é que, sem dúvida alguma, esse não é só um livro de romance. É também sobre autoconfiança e deixar quem você ama livre. E também, sobre se amar. Foi muito bom ler essa história agora porque estava precisando ler algumas coisas do tipo. Sei que vou ficar bastante tempo refletindo sobre e eu amo quando isso acontece.

"A juventude e a beleza passam. A decência humana, não."

Nem preciso falar nada sobre as reviravoltas do livro que vão te fazer querer jogar Fallon da janela, depois Ben, depois a autora e por último você. Mas aí tudo faz sentido e tudo o que você vai querer fazer é agradecer a Colleen Hoover e pedir para que ela não pare de escrever nunca. Ah, e esses plot-twists são bem surpreendentes - eu pelo menos não imaginei.

"Mas quando se trata de uma batalha entre sua adrenalina e sua consciência, a adrenalina sempre vence."

Resumindo, se você não gosta de romance, leia Novembro, 9. Se você ama essa autora e romance, leia Novembro, 9. Se você está lendo isso aqui, leia Novembro, 9. Só leia. Mas prepare-se para juntar os pedaços do seu coração novamente.