quinta-feira, 30 de julho de 2015

O canto da floresta - meu primeiro conto!

Sempre tive vontade de publicar um livro. E dizem que os primeiros passos são menores, certo? Eis o que aconteceu. Estava visitando alguns blogs e descobri o concurso Brasil em prosa (saiba mais clicando aqui), fiquei super animada e resolvi participar. Mas sabe quando o desânimo bate? Fui viajar, voltei, e nada de ter escrito o conto. Até que resolvi dar um gás e consegui finalizar, eis que ele está pronto e disponível na Amazon! 
O nome é O Canto da floresta









"Duas garotas. Um dom. Uma maldição. O mundo flui através de seus corpos. Mas eles querem extermina-las. Bruxas."













Você pode adquiri-lo aqui. O valor é R$1,99 e gratuito caso você tenha o Kindle Unlimited. (tentei deixar gratuito, mas eles exigiram um valor mínimo). Se alguém ficar interessado e ler, depois me contem se gostaram. É muito muito importante pra mim saber a opinião de vocês, leitores.
E de passo em passo a gente chega onde quer, não é mesmo?! Publicar esse conto em formato digital foi um tremendo beliscão, algo do tipo: Você vai conseguir!
Obrigada a todos que me apoiam sempre! <3

quarta-feira, 29 de julho de 2015

[FILME] Cidades de papel


A adaptação de Cidades de papel para o cinema foi muito bem sucedida. Para aqueles que não leram o livro, vai ser um filme incrível. Para aqueles que leram o livro, um filme muito bom. É bastante fiel, mas algumas partes não estavam presentes. O produtor pode ter achado que eram desnecessárias, mas eu discordo. Principalmente porque algumas delas poderiam sim estar ali. Como por exemplo, o rosto de Margo deveria estar pintado de preto quando ela pula a janela de Quentin. Sei que pode parecer um detalhe mínimo, mas minha cabeça de leitora imaginava assim. E o que custava pintar o rosto da Cara?!
A cena do Sea World também não está presente, eu fiquei esperando demais por essa cena e ela simplesmente não apareceu, mas ok, superei.


Tirando essas pequenas coisas, é realmente um filme ótimo, tocante na medida certa e sem apelar. Terei que fazer uma comparação agora, fãs que me desculpem. A Culpa é das estrelas apela na cena do funeral, é uma cena feita para chorar. Cidades de papel pode te fazer chorar, mas não porque esse é o objetivo, e sim porque você se sente conectado com a história e os personagens. (não estou dizendo que ACEDE é ruim, ok, foi apenas uma comparação quanto ao fator choro).
Gostei bastante dos cenários, todos eles foram bem fieis. Para mim, a melhor parte do filme é o início, as nove coisas, e a cena da viagem, quando eles estão no carro e precisam parar por seis minutos apenas. Além do final, é claro, que é o mais realista possível e talvez o meu fim preferido da história dos romances.


É um filme para rir, chorar, se divertir e refletir. Somos feitos de papel, mas uma pessoa de papel pode carregar dentro de si muito mais do que se imagina. Nos ensina a não colocar ninguém em um pedestal,  porque no fundo todos estamos um pouco quebrados - obrigada, Jandy Nelson pela deixa.
E claro, você pode amar alguém e não precisa necessariamente seguir os passos dela. Cada um pode seguir o seu próprio caminho. É justamente por isso que na cena final quis gritar "É ISSO! ISSO É AMOR!"
PS: Estou morrendo de vontade de ler o livro.
PS2: No fim das contas, gostei da Cara Delevigne interpretando a Margo.
PS3: No filme, a Margo é menos irritante.
PS4: No filme, a viagem passa mais rápido e não é nada monótona, o que é um grande ponto positivo pra quem achou essa parte do livro entediante.
PS5: Parei de "ps", só precisava terminar com um número certinho. Não, não conseguiria parar no quatro.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Resenha: Eu te darei o sol - Jandy Nelson

Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
ISBN: 9788581636467
Páginas: 384
Nota: 4.5/5

Você pode ser a metade de alguém e, ainda assim, permanecer inteiro.

Essa é uma história sobre amor, a maneira como o passado reflete no presente e como algumas mentiras podem sufocar a alma. Mas no final, nos ensina como o amor e a amizade podem vencer o jogo. Nos mostra que você não precisa ser a metade de alguém o tempo inteiro, vocês pode ser uma metade - e ter uma outra - ainda que seja inteiro.
Noah e Jude são irmãos gêmeos muito grudados, até que o ciumes, a inveja, os segredos, começam a afasta-los aos poucos. Tudo começa com uma faculdade de arte, um tabuleiro ouija, e pais nada imparciais.

"Saio em disparada para dentro do bosque como alguém cujo coração não está abalado, os olhos não estão marejados, alguém que não se sente tão renovado como um ser humano."

O livro é dividido basicamente em duas partes, os capítulos narrados por Noah - quando eles tem por volta de 13 anos - e aqueles narrados por Jude - com 16 anos. Essa com certeza é a minha parte preferida do livro, poder saber do passado e quais foram suas consequências no presente. Além de, claro, ver um pouco da visão de cada um.

"Porque todos nós estamos quebrados. Quero dizer, não estamos? Eu estou. O mundo inteiro está. Tentamos fazer o nosso melhor e é isso o que acontece, repetidamente."

Logo nas primeiras páginas, há uma crise de Noah e a presença do bullying - isso não é spoiler. Jude também vive um grande dilema, e só descobrimos o maior deles ao fim do livro. Digamos que ambos se apaixonam pelas pessoas erradas, digamos que tudo começa pisando com o pé esquerdo. Os dois estão perdidos em uma estrada e aparentam não querer se encontrar - pelo menos no início.
É muito difícil comentar sobre esse livro sem dar spoiler, pois ele é basicamente um ninho para um, então esse é o motivo pelo qual essa resenha está menos detalhista que o normal.

"Porque a pior coisa que podia ter acontecido a Noah aconteceu. Ele se tornou uma pessoa normal. Ele tem todos os parafusos no lugar."

Quanto a personagem preferido... fiquei apaixonada pelo Noah desde o primeiro capítulo, sofri com ele, senti o que ele sentia e me identifiquei bastante quanto a intensidade de seus sentimentos. Jude também é incrível, mas acho que não teve aquela conexão tão grande quanto com Noah. Além dos dois, amo Oscar - que vocês descobriram quem é quando lerem.
Há dois romances no livro - os principais - que foram extremamente bem desenvolvidos. Eu não costumo surtar com romances assim, não gosto de livros de romance, mas Eu te darei o sol me fez surtar a cada momento pedindo por mais e para que tudo desse certo.

"A ferramenta ganha vida. Meu corpo todo vibra com a eletricidade enquanto divido a pedra em duas partes.
Para que NoaheJude se torne Noah e Jude."

Sobre o título, é o motivo mais criativo que eu já li. Não posso contar o porquê, mas vocês saberão quando lerem e aí podem vir aqui surtar comigo!! haha


Não é o melhor livro do ano, mas com certeza é um dos livros mais sensíveis que já li. A escrita de Jandy Nelson é como um barco a vela, que te leva a velejar por aí seguindo o vento, as vezes mais rápido, as vezes mais lento, podendo até perder a vela. Leiam, se conectem, torçam por eles e aprendam como eu aprendi em meio a uma bíblia nada convencional, auto-retratos, o mistério do Ralph, uma faculdade de arte, dilemas, pais nada imparciais, mentiras, bullying e, acima de tudo, amor.

sábado, 25 de julho de 2015

Feliz dia do escritor :D

Costumo dizer que o escritor tem um dom. O dom de criar um mundo novo e arrastar o leitor para ele. O dom de nos ensinar com simples palavras. Eles também tem o dom de mudar uma vida, e até melhorar alguém. Afinal, quem nunca se pegou lendo para fugir da realidade? Ou então terminou de ler e resolveu que era hora de mudar algumas coisas.
Todas as palavras, antes sozinhas, misturadas. Um parágrafo apagado. Um capítulo terminado. Uma mente que não para de pensar. Um sonho. Uma história. Aquele personagem que se parece com você. Porque talvez ele seja você, no fim das contas. Tantas histórias que se misturam e, como dito em um livro que li, algumas pessoas foram feitas para estar na mesma história.
Alguns escritores tornam-se autores famosos. Outros, nem tão famosos assim. Enquanto alguns estão no início da carreira, outros escrevem para desabafar. Em um diário, em um tumblr, ou até em um blog. Tanta gente que pensa, pensa, e não consegue colocar no papel. Tanta gente que coloca tudo no papel sem pensar. Tanto bloqueio criativo por aí pra ser compartilhado, não é mesmo?!
Capítulos escritos e reescritos. Histórias não terminadas. Histórias que guardamos apenas para nós. Enredos que se perderam no caminho. Aquele monte de anotações que no fim não serviram pra nada. Quando, então, a história sai dos trilhos e torna-se algo que nem você, caro escritor, poderia prever.
Quem serei hoje?
É o que penso quando estou nos palcos ou na aula de teatro.
Quem serei hoje?
É o que penso quando estou escrevendo. Penso e logo me torno um outro alguém. Um personagem, ou melhor, uma nova vida.
Que história escreverei hoje?
Talvez seja a minha própria história. Ou alguma que criei para aquela moça de azul que encontrei mais cedo. Seria uma história de fantasmas?
Ali no papel tudo o que existe é sentimento. Sentimento, e mais sentimento. 
- O que você faz da vida?
- Sou escritor?
- Nossa, como você vive?
- Vivo sentindo.
Sentimento. No fim das contas uma palavra consegue abranger milhares.
Feliz dia do escritor a você, autor.
A você, que joga todos os seus papéis no lixo e depois se arrepende.
A você, que está escrevendo um livro.
Feliz dia do escritor pra mim, pra você, pra aquele autor da Inglaterra e pra alguém que senta ao seu lado na aula. Um alguém que está escrevendo tudo menos a matéria dada na lousa. 
Obrigada pelo seu sentimento.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Resenha: VANGO - Entre o céu e a terra - Timothée de Fombelle

Editora: Melhoramentos
Ano: 2015
ISBN: 9788506077481
Páginas: 360
Nota: 3.5/5

De escalada em escalada, uma história se constrói. 

A história acontece no período Entreguerras, do fim da primeira guerra mundial até o estopim que leva a segunda guerra. Somos apresentados a Vango, um rapaz que está quase realizando seu sonho de tornar-se padre, quando é interrompido por um bando de policiais. Eles estão em busca de um nome. Uma pessoa. Vango. Então o rapaz tem que fugir e se esgueirar por Paris, vivendo várias aventuras enquanto tenta descobrir o motivo da perseguição e sua história de vida. Afinal, tudo o que sabe é seu nome e conhece sua babá, Mademoiselle.

"Vango avançava na vida apagando seus rastros. Ele não chamava mais isso de paranoia e, sim, de sobrevivência."

Gosto bastante desse livro por sua agilidade. Por mais longo que aparente ser, é possível fazer a leitura em pouco tempo e se entreter bastante. Vango vive várias aventuras, passa por vários locais e te faz acreditar e querer viver o impossível. No início ele é um personagem meio vazio, superficial, mas o autor preencheu os espaços vazios aos poucos. Como se enchesse o bichinho de pelúcia de espuma para que ele fique completo.

"Pequenos milagres podem acompanhar grandes desgraças. Era isso o que Vango sempre pensara. Bastava ter confiança."

Um ponto negativo é a grande quantidade de personagens. Por um lado, isso é ótimo, uma vez que o foco não é apenas o Vango. Por mais que todas as histórias girem a seu redor, há várias outras narrativas paralelas. Mas essa quantidade exagerada e a não linearidade da narrativa podem deixar o leitor bem confuso a princípio. É necessário prestar bastante atenção aos nomes e aos detalhes.


Com certeza o ponto alto é o romance histórico. Não posso dizer que é uma aula de história com narrativa, mas te faz aprender muito sobre os fatos também, além de curtir a narrativa. Vários personagens são reais e a edição te permite saber mais sobre eles em uma seção no final do livro. A única coisa que me chateou é que alguns deles não foram tão citados durante o enredo, mas nada que tenha prejudicado o livro.

"Vango gostaria de conhecer a paz na qual acreditavam que ele vivia. Sabia, porém, que sua vida era uma ilusão. Apesar de todos os seus esforços, Vango se sentia num ciclone. Os mistérios de seu passado o atormentavam da manhã à noite e da noite até a manhã. De onde vinha? Quem estava atrás dele?"

O amor é algo muito bem trabalhado e sincero. Não é a paixão presente nos livros de romance, aquele amor ardente ou de momento. É apenas amor, amor e amor. Nada meloso, nada apelativo, nem na medida certa. É algo natural, intrínseco, que está e deveria estar ali.
Além disso, adorei que, como disse acima, ao fim do livro existe uma parte que conta "a história dentro da história" nos fazendo entender ainda mais sobre o contexto histórico.
Recomendo o livro para todos que gostam de uma boa aventura com gostinho de história e a sensação do vento batendo nas costas durante uma corrida pelo mundo! 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Dia do amigo (um pouco atrasado)

Criaram esse dia para que cada um possa desejar um feliz dia ao amigo. Porém todo o dia é dia do amigo. Pare pra pensar, quem está aí do seu lado? Rindo com você, te aconselhando, e simplesmente vivendo? Seu amigo. Pode não ser uma amizade de se falar todo dia, pode não ser alguém que esteja aí ao vivo, mas do outro lado da tela do computador. No fim, o que vale é a amizade, o laço criado pelos dois lados. 
Eu sempre digo: não deixe de dizer "eu te amo" para quem isso é verdadeiro. Não é pra sair distribuindo essas palavras, jogando-as ao vento. Mas quando sentir que deve dizer, diga.


Nesse post encontrei uma maneira de juntar tudo e agradecer um pouquinho a cada um que participa da minha vida.
Obrigada por aguentar as minhas crises existenciais melhor do que ninguém, Bruna.
Obrigada por me ajudar mesmo quando minhas dúvidas são as mais idiotas possíveis, Yara.
Obrigada por sempre fazer a escolha certa quando eu fecho os olhos e te faço decidir qual é o melhor caminho, Danielle. (mesmo que a princípio pareça ser a escolha errada)
Obrigada por não ter deixado a nossa amizade morrer mesmo com a distância que se instaura entre nós de vez em quando, Victoria.
Obrigada por colocar meus pés no chão quando eu não percebo estar voando e me colocar de cara com a verdade, Alexander.
Obrigada por me fazer rir com suas palhaçadas, mesmo quando quero falar alguma coisa séria, Giovana.
Obrigada por ter entendido e compartilhado comigo o espaço que nossa amizade precisou por um tempo, Priscila.
Obrigada até mesmo pelas brigas, o ciumes constante e as vezes em que, por não nos entendermos, acabamos nos entendendo, Camila.
Obrigada por girar a manivela quando eu não entendo a piada, Ana Elisa.
Obrigada por terem entrado em minha vida recentemente e pelo laço de confiança que já criamos, Natália, Luana, Thai.
Obrigada pela diversão, sexy falsianes.
Obrigada pelo esforço, pelo entendimento, pelas noites de cabaré e as nossas piadas internas, reuniões e coisas que só a gente entende, portal.
Obrigada a você, que já passou pela minha vida e me fez entender que as vezes é necessário fechar uma porta para que outra se abra.
Obrigada a você também que me fez quebrar a cara, porque sem isso eu não teria aprendido que é preciso selecionar em quem confiar. E que a frase da minha avó é realmente verdadeira. (fica subentendido, já que todas as vós devem dizer essa mesma frase)
Obrigada a todos da blogosfera que acabaram se tornando meus amigos.
Obrigada, é claro, a vocês, leitores infinitos, por estarem sempre comigo.
Obrigada em geral, a todos vocês que já passaram por mim.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Sentiram a minha falta?!


Hey, bookaholics!
Sei que estou um pouco ausente, mas posso justificar: férias!!
Depois de muito tempo estudando sem parar finalmente estou podendo curtir um tempinho só pra mim. Viajei pra porto seguro como viagem de formatura (logo logo tem um post sobre isso) e agora estou em Foz do Iguaçu visitando uma amiga. Pois é, está sendo um período bem movimentado e por isso não estou conseguindo postar e divulgar com a mesma frequência. Mas logo tudo volta ao normal, prometo! Tem muita novidade vindo, inclusive um evento que estou organizando e alguns posts relacionados ao tão esperado 1.8 que me aguarda haha
Peço desculpas por esse tempo distante, mas prometo que logo respondo todos os comentários e aí vocês saberão de todas as novidades, acho que vão gostar muito!!
E dia 20 é dia do amigo, quem sabe não consigo fazer um post super especial?!
Beijos e até daqui a pouco :D

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Resenha: A Casa Assombrada - John Boyne

Editora: Companhia das letras
Ano: 2015
ISBN: 9788535925265
Páginas: 296
Nota: 3/5

Cheiro de canela. Ela precisa ir embora. 

A Casa Assombrada não é um livro de terror. Há bastante suspense e clichês de filmes que assistimos, mas posso dizer que não vai te assustar, mexer com você ou te deixar sem dormir a noite, então vá despreocupado ou sem essa expectativa. O livro é ótimo, mas por outros motivos. O terror existe, mas é algo muito mais ligado com as palavras e o psicológico que com os sustos em si. 
A história se passa em 1867, em Londres. Eliza Caine é muito apegada a seu pai, que está doente desde o início do livro. Não demora muito para que ele venha a falecer, deixando Eliza de luto e tendo que começar a vida do zero.
Ela precisa pagar o aluguel. Precisa encontrar outro lugar. Eis que encontra um anúncio no jornal. Precisa-se de governanta. Norfolk, leste da Inglaterra. Glaudin Hall. Duas crianças. Nada se fala sobre os pais. Eliza aceita sem titubear. Procura por H. Benett, aquele quem fez o anúncio, mas a partir daí acaba descobrindo que as vezes seria melhor não perguntar nada. Mas ela merece saber, não merece?! Afinal, Ela está ali.

"No início da noite, quando o sol tinha descido outra vez para ser substituído por nossa perpétua e angustiante neblina londrina, senti a mão de papai ficar cada vez mais fraca sob a minha até ele me soltar e se esvair por completo, recolhendo-se em silêncio, deixando-me órfã como os personagens sobre os quais eu falara na noite anterior, se é que alguém pode ser considerado órfão aos vintes e um anos."

Logo que Caine chega na mansão, é atendida por Isabella e Eustace, vestidos de maneira muito elegante e creepy. Tudo começa aí. 
Isabella Westerley é minha personagem preferida e talvez a mais assustadora. A garota tem doze anos mas sua postura é de uma adulta. Ela me lembrou aquelas criancinhas psicopatas dos filmes, credo. Mas eu adorei a maneira como ela foi construída pelo John Boyne. Conseguia sentir uma espécie de aflição quando ela estava presente porque, talvez por tudo o que passou, tornou-se assim, vazia. Fico arrepiada só de lembrar.


Eliza Caine é a narradora. Largou seu emprego de professora para tornar-se governante e, creio eu, que tenha se arrependido bastante. Gosto dessa personagem, de seus princípios. Como a história se passa nos anos 60, o pensamento é outro, um mundo ainda mais machista e conservador. Eliza bate de frente com vários desses posicionamentos.

"Mas não era um homem nem uma mulher à porta, e sim uma menina. (...) Estava vestida com uma camisola branca, abotoada até o pescoço, que descia até os calcanhares; parada ali, com as velas do corredor a iluminando pelas costas."

Eustace Westerley é o irmão mais novo e o mais assustado. Ele estava ali, presente, mas com medo dela e de Isabella. Ao mesmo tempo, queria simplesmente viver e só. Mas estava preso a casa e a seu passado. 
Gostei bastante do decorrer da narrativa e fiquei surpresa com a escrita de John Boyne, já que não havia lido nada dele e imaginei algo completamente diferente. Li tudo em algumas horas. Posso dizer que é uma história que te prende bastante. O autor te leva para ver os cômodos da casa, mas você só vai conhecê-los, de fato, ao fim do livro. Até lá, é quase impossível parar de ler. Posso dizer que o final me deixou arrepiada.

"Ann Williams sempre dizia coisas boas sobre Great Yarmouth", ela respondeu, tirando os sapatos e afundando os dedos dos pés na areia. (...) "Ela teve uma infância muito feliz. Foi o que nos disse, pelo menos. Infâncias felizes parecem ser coisas que você só vê em livros, não acha? Não parecem ser de verdade."

Em suma, A Cassa assombrada possui uma história no ponto certo, além de uma ótima premissa - ainda que um pouco clichê. Vale a pena ler e se encantar com esse mundo, com essa áurea londrina antiga e conhecer um pouco mais dos pensamentos da época. Além de, é claro, tirar suas conclusões sobre Glaudin Hall.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Sobre liberdade


Todos falam sobre ela, mas ninguém realmente sabe como definir. Será que somos livres? E, se não somos, seremos algum dia?
Talvez a liberdade não seja algo concreto, nem abstrato. Talvez seja aquela sensação sentida ao correr pela rua enquanto o vento bate nas costas. Liberdade pode ser o nome para aquilo que você sente ao viajar sozinho. Liberdade. 
Mas talvez nunca sejamos livres. Não no sentido de "não estar preso a nada" porque acho que, no fim das contas, sempre terá alguma algema impedindo seus braços de soltarem-se por completo.
A felicidade não se alcança. O mesmo vale para a tão sonhada liberdade. Ela é feita de momentos. 
Momentos em que você apenas sente,
E nada mais importa,
Só aquele momento,
E o vento,
O sentimento,
E você.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Playlist: O que eu ando ouvindo...

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Resenha: A cidade murada - Ryan Graudin


Editora: Seguinte
Ano: 2015
ISBN: 8565765636
Páginas: 400 
Nota: 5/5
Se olhar para o céu, não verá estrelas.

A cidade murada de Hak Nam é um local abandonado pelo governo que, após uma briga política, simplesmente continuou existindo e crescendo, em um ambiente completamente deplorável. É um local cheio de becos, ruas estreitas, prédios e mais prédios que tapam todas as passagens. É difícil até ver o céu, respirar ar puro. É ali que vivem os traficantes, as prostitutas - que, na maioria dos casos, foram vendidas pelos pais, os marginais, pessoas pobres, gente que não tem onde morar e sobrevive com o pouco que tem. As ruas imundas, cheias de ratos, baratas e gente podre. No meio de tudo isso estão Jin Ling, Mei Yee e Dai. O destino os levou para essa cidade e agora eles precisam sair. Vivos e de missão cumprida.

"Mas esta é a Cidade Murada de Hak Nam, e quem manda aqui é o medo. É a lei do mais forte."

Jin Ling é irmã mais velha de Mei Yee, ambas levavam uma vida relativamente tranquila nas fazendas de arroz. Relativamente, se não fosse pelo pai desgraçado, que sempre arrumava motivos para bater nas filhas e na esposa, porém, Jin nunca deixava e acabava levando a surra toda sozinha. Até que, para conseguir dinheiro, o pai vendeu Mei Yee, que foi buscada por uma van com ceifadores, em direção ao futuro pesadelo. O bordel do homem mais importante da Irmandade do dragão vermelho: Longwai. Jin Ling a seguiu até a cidade murada, porém a perdeu e nunca mais a viu. O grande objetivo sempre foi encontrar a irmã e fugir dali, em direção a liberdade. Cortou os cabelos, colocou uma máscara de menino e começou sua busca que durou anos.

"Crianças morrem todos os dias nestas ruas - vidas roubadas por fome, doenças ou facas. Não posso salvar todas. E, se não mantiver a cabeça baixa e fazer o que precisa ser feito em dezoito dias, não vou conseguir salvar nem minha própria pele."

Dai também perdeu o irmão e, no início, tudo o que sabemos é isso. Ele não é um garoto convencional, não parece um marginal. Acaba recorrendo a Jin para traçar seus planos. O fato é. Faltam 18 dias para uma coisa acontecer, algo que irá mudar a vida de todos ali.

"Não consigo olhar quando a agulha entra com força em suas veias. Quando seus gritos cessam e finalmente olho, a seringa não está mais lá e Sing está no chão, estatelada e trêmula. As sombras do salão se aglomeram sobre seu corpo retorcido, fazendo-a parecer quebrada."

A cidade murada é um livro definitivamente incrível. A história é muito bem pensada, os detalhes se encaixam e a autora deixa um suspense até o final. Não consegui parar de ler até terminar. Tudo é muito sórdido e direto. É um livro feito para chocar e dar um belo tapa na cara, mas também mostrar que mesmo no meio do caos, da sujeira, ainda é possível sentar na sarjeta e olhar as estrelas.
Fiquei completamente agoniada em vários momentos, queria entrar no livro e socar pessoalmente alguns certos personagens. Sabe quando sobe algo em você? Uma raiva misturada com impotência? Foi isso que aconteceu, quase que o tempo todo.
A narrativa é bastante linear, o objetivo é o final. Mas, ao longo da história, várias coisas acontecem, vários segredos são revelados. O leitor fica preso ali naquele mundo. Os diálogos são muito inteligentes e a escrita da autora é ágil, direta, objetiva, mas ao mesmo tempo não deixa de provocar reflexões - e angustia.

"Quando olho pra cima, perco o fôlego. No alto... não tem nada. Só um trecho escuro, longínquo, de céu. Se olhar com atenção, posso até ver algumas estrelas. São fracas e parecem lascadas. Quebradas. Todas as constelações, tanto as de verdade quanto as que inventei, têm um pedaço faltando. Despedaçadas pela presença devastadora da cidade."

A coragem de Jin me impressiona, a sua maneira protetora, mas ao mesmo tempo forte, muito forte. Mei Yee também possui uma força descomunal, eu jamais conseguiria aguentar tudo o que ela aguentou. E Dai é aquele héroi vilão, sabe? Que possui muitas e muitas falhas, mas ainda assim, faz de tudo pra consertar os erros e acaba tendo que aceitar as cicatrizes que a vida deixou.
A vida das garotas prostitutas foi muito bem construída e relatada. Parece que conseguia sentir o cheiro de ópio no ar. E como, no fim das contas, quando você se acostuma com a escuridão, aquele parece ser o seu lugar, mesmo que não seja.
Nem preciso dizer que as cenas do bordel mexeram muito comigo né?! Principalmente quando se tratava de uma tal de SingMorre, Longwai.


"Com Kuen e suas facas, eu posso lidar. Desviar, fugir, me esconder. É o bastante. Mas Dai... é um tipo diferente de perigo. Feito de doçura, sono e segurança. Do tipo que surge durante os sonhos. Apunhala pelas costas."

Claro que toda essa história possui uma grande revelação por trás e eu posso dizer que me surpreendi bastante, tentei pensar, pensar e pensar, mas não cheguei nessa conclusão. Sensacional!
Não posso revelar muito na resenha, mas preparem as estruturas antes de entrar na cidade murada!! Super recomendo esse livro, leiam assim que possível! E se você já leu, me conta o que achou aqui em baixo ;)

sábado, 4 de julho de 2015

Lançamentos de julho: Novo Conceito

Autor: Neal Shusterman
Gênero: Distopia
Páginas: 320
ISBN: 9788581635194
Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria .
Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe. O vencedor do Boston GLobe-Horn Book Award Neal Shusterman desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.


Autora: Randy Susan Meyers
Gênero: Drama
Páginas: 368
ISBN: 9788581637068
Cinco anos atrás...
Tia apaixonou-se obsessivamente por um homem por quem nunca deveria ter se apaixonado. Quando engravidou, Nathan desapareceu, e ela entregou seu bebê para a adoção.
Caroline adotou um bebê para agradar o marido. Agora ela questiona se está preparada para o papel de esposa e mãe.
Juliette considerava sua vida perfeita: tinha um casamento sólido, dois lindos filhos e um negócio próspero. E então ela descobre o caso de Nathan. Ele prometeu que nunca a trairia novamente, e ela confiou nele.
Hoje... Tia ainda não superou o fim do seu caso com Nathan. Todos os anos ela recebe fotos de sua garotinha, e desta vez, em um impulso, decide enviar algumas delas para a casa do ex-amante. É Juliette quem abre o envelope. Ela nunca soube da existência da criança, e agora precisa desesperadamente descobrir quantas outras mentiras sustentaram o seu casamento até hoje.

Autor: Sam Angus
Gênero: Drama
Páginas: 256
ISBN: 9788581634029
Quando Tom Ryder é convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial, não imagina o quanto o seu irmão mais novo, Stanley, sentirá sua falta. A única alegria do garoto são os filhotes de Rocket, a cadela premiada que é o orgulho da família. Porém, ao descobrir que Rocket teve filhotes mestiços, o pai de Stanley fica furioso e ameaça afogar os cãezinhos.
Inconformado e desejando reencontrar Tom, Stanley foge de casa. Mentindo a idade, consegue se alistar no exército britânico. Somente o amor incondicional pelos animais será capaz de fazê-lo sobreviver à brutalidade e à frieza dos campos de batalha. Uma prova de que a inocência e a sensibilidade podem ser mais poderosas do que a guerra.
SOLDIER: Leal até o fim é um livro emocionante e intenso, recomendado para leitores de todas as idades, especialmente para os apaixonados por cães.

Esses são os lançamentos do mês da editora Novo Conceito. Estou apaixonada pelos três, mas, como o tempo não permite, tive que solicitar apenas um deles. E adivinhem qual é o preferido da louca das distopias aqui?! Estou muito, muito, muuuito ansiosa por Fragmentados! Então se preparem, que logo logo tem resenha! :D

quarta-feira, 1 de julho de 2015

TAG: Arco-Íris (literário)


Não sei quem teve a ideia dessa tag que já é bastante antiga no mundo dos blogs, mas hoje mesmo vi um blog (que também não lembro o nome) com a tag. A autora decidiu fazê-la para comemorar a lei federal aprovada nos Estados Unidos quanto ao casamento de homossexuais. Achei a ideia bem legal e resolvi fazer o mesmo, afinal, essa data não pode passar em branco, não é?!
Decidi responder com livros, mas você pode fazer com o que quiser, itens de decoração, filmes, roupas, seja criativo! Ah, todos estão indicados ;)

Vermelho: Labirinto de espelhos - Bárbara Negrão


Faz pouco tempo que li esse livro - inclusive tem resenha aqui - e gostei bastante. Fui surpreendida por um universo vampiresco bem diferente e um final que me deixou querendo muito o segundo livro!!

Laranja: Convergente - Veronica Rooth


O último da trilogia Divergente. Meu coração foi quebrado em um zilhão de pedaços com o final - que alias, é muito polêmico. Quando terminei, fiquei com aquele sentimento de vazio quando a sua trilogia preferida acaba, sabe? Hoje, não posso mais dizer que é a minha preferida, mas com certeza é uma das! (Desculpa, Veronica, mas o Darkling tomou conta do meu coração).
Resenha aqui.

Amarelo: Maldosas - Sara Shepard


Nem preciso dizer que amo essa série, né?! Esse é o primeiro livro de Pretty little liars e um dos meus preferidos. Li até o oitavo, mas o grande problema é que não lembro muito bem dos outros, então tenho receio de retomar a leitura. Porém pretendo fazer isso logo, porque amo os livros e a história - que é bem diferente da série de tv.
PS: Acho que nunca vi uma tag assim que não tivesse um livro da série. Acho que é bem coringa. "Nossa, não tenho nenhum livro dessa cor. Ah não, espera, tenho uma coleção inteira de arco-íris!"

Verde: A casa assombrada - John Boyne



Ok, eu sei, ele é preto. Mas como não encontrei nada totalmente verde, decidi colocar esse aqui mesmo por causa das letras esverdeadas (pra mim isso é verde, acho)! Foi o último livro que li, gostei muito muito!

Azul: Vinte garotos no verão - Sarah Ockler


Pra falar a verdade, fiz escolha pra sair do óbvio. Não lembro muito bem a história, mas é um livro sobre perda e acima de tudo, amizade. Lembrei um pouco daqueles filmes adolescentes, só que mais profundos. Refleti bastante e na época, acho que foi um dos melhores do mês.
Resenha aqui.

Violeta: O reino das vozes que não se calam - Carolina Munhóz e Sophia Abrahão


Eu acho que isso é roxo! haha 
Esse é um livro que me surpreendeu bastante. Não é um dos meus favoritos, mas me apresentou ao mundo da fantasia e tirou o preconceito. Nunca gostei de livros assim, mas na verdade, nunca tinha lido um de fato. Quando soube que a Sophia (sou fã dela, pra quem não sabe) estava participando do processo de escrita junto com a Carol pensei "vou ter que ler" e confesso que fiquei com bastante medo de não gostar. Mas o que aconteceu foi justamente o contrário, me surpreendi!
Resenha aqui.

Espero que tenham gostado! Esqueci do verde na foto final, mas esqueçam essa parte! haha