sábado, 31 de dezembro de 2016

Feliz ano novo!

Fiquei sabendo nos quarenta e cinco minutos do último tempo que, segundo os astros, 2016 era um ano de términos. Era? E, de fato, muitas coisas se encerraram. Houve o acidente de avião que acabou levando praticamente todo o chapecoense e talvez esse seja o término mais doloroso. Outras coisas aconteceram no mundo político, no mundo dos famosos, da internet e das notícias. Sim, muita dor, muitos finais e poucos começos. Mas houveram começos, sim. Aqui estou não para me lamentar, mas para agradecer todos os começos e finais que 2016 trouxe na minha vida. Porque finais também são necessários para sacudir a poeira e seguir em frente.
Comecei a cursar publicidade e propaganda. Não é uma faculdade pública, como eu queria. Aquele sonho se encerrou. Mas veio o começo. Durante esse período, fiz viagens todos os dias de volta para a minha cidade, desenvolvi uma ansiedade muito forte e tive alguns outros problemas. Não consegui aproveitá-la como um todo. Mas algumas amizades começaram ali. E a minha paixão e dúvida entre qual parte da área de criação seguir. Ou seria planejamento?
Relacionei-me com pessoas. Descobri muito mais sobre mim que pensava que existia. E depois, quando encontrei minha melhor amiga da escola, percebi o quanto estava diferente, o quanto nós estávamos diferentes. Vivi alguns romances confusos e mal resolvidos, mas com eles também comecei a perceber que havia qualidades em mim que nem eu percebia. E hoje percebo que um término não pode me deixar levar essas qualidades embora. 
Tive um início seguido de um final não desejado e mal resolvido mas que com certeza terá seu recomeço. Publiquei o meu primeiro livro, A Garota do Casaco Vermelho. Entretanto, o desenrolar da história não foi nada como planejei. Tudo virou caos e levou minha mente confusa a um ponto de quase fusão. Eu estava quase explodindo quando decidi escrever um livro novo e começar de novo. E ter calma, porque a Scarlet ainda vai ter a chance de conhecer todo mundo.
O blog ficou um tanto quanto parado e foi aquele final suspenso no ar, pensei que acabaria. Mas resolvi reergue-lo e aqui estou.
É porque, por incrível que pareça, eu aprendi algumas muitas coisas com esses finais. Aprendi que amor é acréscimo e todos nós somos incríveis. Aprendi que meus defeitos podem ser tão bonitos quanto as minhas qualidades. Percebi que sou egoísta as vezes e mudar é um mal necessário. Ou um bem necessário. Mas que preciso mudar por mim e não por alguém que me mandou fazer isso. Percebi que não preciso ter um certo bloqueio de fazer amizades porque as vezes um não acontece e não é o fim do mundo. Pretendo aprender isso ao longo do ano.
Mas como já disse, minha maior meta é começar fevereiro me amando muito mais e terminar o ano com muito, mas muito, amor próprio. Nem que seja necessário assistir MMFD mil e uma vezes até eu tirar todas as coisas necessárias e bonitas dessa série.
Eu quero me descobrir ainda mais. Eu quero parar de me preocupar com rótulos. Eu quero ser apenas eu sem medo. Eu quero escrever novos livros e textos. Eu quero voltar com tudo com o blog, dessa vez de verdade. Eu quero arrumar um estágio. Eu quero entrar pra agência da faculdade. Eu quero apresentar mais e mais peças e ser mais inteira no grupo de teatro. Tem tanta coisa... E eu vou conseguir!
E falando nessas coisas de descobertas, sabe o que descobri?
Meu sonho de ser atriz profissional pode estar em estado de espera, mas percebi que as vezes a vida traz outros rumos pra gente, outras oportunidades. Eu escrevo. Sou escritora. E vou continuar escrevendo ainda mais e tentando mudar pelo menos um pouquinho a vida de quem lê.
É isso.
Seja bem-vindo, 2017.
E que seja o ano dos recomeços.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Não queira encontrar a sua metade da laranja

Recentemente, consultei todo o meu psicológico. Decidi que precisava me amar em primeiro lugar. Percebi que estava procurando pessoas e mais pessoas para preencher um vazio que é meu trabalho preencher. Quando coisas ruins acontecem e você fica deprimido, cheio de problemas, é normal procurar uma âncora. Mas não é saudável. Cheguei a conclusão que eu preciso ser minha própria âncora. Essa é minha tarefa. Minha maior meta pessoal para o ano que vem.
Em primeiro lugar, se ame. Cure a si mesmo. Olhe para as suas cicatrizes e pense que elas te tornam quem você é. Elas são essenciais. Não são feias. Ame a si para poder, então, ser amado. E nunca, em hipótese alguma, procure a sua metade da laranja porque você a laranja inteira.
Amor sincero e saudável não é complemento. 
Amor é acréscimo.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

[SÉRIES] Por que Octavia Blake NÃO pode morrer


Octavia Blake sofrerá algumas mudanças na 4ª temporada de The 100. Ela será uma personagem muito mais forte, uma própria guerreira em busca de vingança. E, em meio a essas batalhas, há um rumor de que talvez a rainha da série — que não é a Clarke, me respeitem — morra em meio a essa temporada — e se ela morrer mesmo espero que a série acabe, porque não vou conseguir assistir. Por isso, reuni alguns motivos pelos quais Octavia Blake deve continuar viva!
  • Octavia Blake é sinônimo de empoderamento.
Desde o começo da série, Octavia nunca precisou de ninguém para ser quem é. Sempre foi muito independente e uma mulher forte. Inclusive, quando a colocaram pra viver um romance e focaram nisso eu quis ir lá socar o produtor por ter desperdiçado tanto o potencial da personagem — e da atriz.
  • Ela aguentou anos escondida, sentindo rejeição, e mesmo assim aguentou firme.
Devido as regras impostas pela Arca, Octavia não poderia existir. Então, ela vivia praticamente enterrada e escondida. Imagine a rejeição que ela não sentia por isso, apesar de sempre ter o irmão ao seu lado. Quando descobriram, a garota se tornou uma das cem prisioneiras. E sabe o que ela fez com essa história? Tomou posse, fez com que fizesse parte de si e tornou-se ainda mais forte.
  • We are back, bitches!!!
Preciso dizer mais alguma coisa?! Desde aquele momento, sabia que ela seria a minha preferida.
  • Busca sempre fazer a justiça.
Uma das minhas visões sobre ela é a de uma justiceira. O signo da Octavia com certeza seria Áries. Ela sempre está tentando fazer as coisas sozinha, por si mesma, e, principalmente nos últimos episódios, buscando a justiça. Mas é justiça? Aí eu já não sei. Acho que ela e a Garota do casaco vermelho — do meu livro, pra quem não conhece seriam ótimas amigas.
  • Tenta sempre fazer o melhor para quem ama.
Não só para o namorado morto, mas principalmente para o Bellamy. A Octavia está sempre ali. E ela não é do tipo que passa a mão na cabeça. Quando algo está errado ela diz e luta contra aquilo, mesmo que tenha ir contra o próprio irmão. Porém, está sempre fazendo isso por um bom motivo — pelo menos até agora, não é, mesmo?!

Resumindo, a Octavia é foda e seria um desperdício matá-la. Quando vi uma certa cena do trailer, me arrepiei toda e estou com um certo medinho. Ouvi dizer que talvez a Raven também morra. Quanto desperdício! Por que não matam a Clarke, então? Brinks, eu gosto sim da Clarke (ela melhorou muito) mas às vezes me irrita.


domingo, 25 de dezembro de 2016

Feliz natal, leitores infinitos!


Se eu começar a falar demais, vou acabar fazendo todo o meu discurso de ano novo — que vai ficar pra daqui alguns dias. Mas quero desejar um feliz natal para todos vocês e que aproveitem da melhor forma possível. Seja sozinho, seja com namoradx ou com a família. E obrigada por terem me acompanhado até aqui e não terem desistido do blog — mesmo eu quase fazendo isso. Prometo que ano que vem ele estará de volta com força total!
FELIZ NATAL, LEITORES INFINITOS!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Resenha: A Guardiã de Histórias

Ano: 2016
ISBN:
Páginas: 322
Nota: 4/5
Editora: Bertrand Brasil

Escreva sua História. Ela será lembrada.
Um questionamento feito por todos é para onde você vai quando morre. Se você morasse no universo de A Guardiã de Histórias, eu saberia te dizer a resposta. Ninguém morre de verdade. Não acaba. Existe um lugar chamado Arquivo em que Histórias ficam armazenadas em gavetas. Como se livros fossem mortos flutuantes preenchendo as estantes. Mas quem disse que isso não pode acontecer na vida? Afinal, nossas histórias sempre permanecem. Porém, como em filmes de terror com espíritos que vagam pela terra, algumas Histórias acordam — principalmente quando têm alguma coisa mal resolvida — e vão para os Estreitos. Elas não podem, de jeito nenhum, chegar ao Exterior. Quando chegam, a Equipe as manda de volta. Mas o Estreio é local para os Guardiões.

"Existe algo inegavelmente triste sobre Owen, algo perdido, mas não tomaria essa forma. A tristeza pode drenar a luta dos traços de uma pessoa, mas os dele são claros. Ousados. Quase desafiadores."

Mackenzie Bishop, guardiã de histórias. A garota torna-se parte desse mundo paralelo quando seu avô, Da, morre e passa a responsabilidade para ela. Entretanto, seu irmão, Ben, morre e a garota fica muito mal, assim como sua família. Eles se mudam para um antigo hotel mais ou menos abandonado. O Coronado. Lá, a mãe Bishop vai reinaugurar o café do local. A lista de Histórias a serem resgatadas fica ainda maior e Kenzie também conhece Wesley, o garoto do delineador. Muitas confusões acontecem e os dois — principalmente ela — acabando se metendo em confusões e mentiras.

"Mas as pessoas são feitas de ruído, Mac. O mundo é cheio deles. E encontrar o silêncio não é uma questão de empurrar tudo para fora. Apenas de se colocar para dentro. Só isso."

O início da obra é bem parada, mas necessário. É nesse começo que somos apresentados a todo esse novo universo muito bem construído, aliás. Depois, a história começa a andar e as vezes fica complexa demais — mas nada que não dê pra entender. São vários nomes e histórias e memórias que se revelam e anéis que fazem um bloqueio para o barulho que Mackenzie não suporta escutar. E segredos do Arquivo que serão revelados e confianças que vão ser quebradas e traições e romance que não é bem romance — do jeitinho que eu gosto. Enfim, são muitas reviravoltas que vão te fazer devorar as últimas páginas.

" — E se eu estragar tudo?
— Ah, você vai. Vai estragar tudo, vai cometer erros, vai quebrar coisas. Algumas, vai conseguir concertar, e outras serão perdidas. Isso tudo é um fato. Ma só há uma coisa que você pode fazer por mim.
— O que é?
— Continuar viva por tempo bastante para estragar tudo de novo."

Porém, como disse, o início é meio parado e eu demorei para me envolver de verdade. Digo, estava envolvida com o universo desde o começo, mas não com a narrativa. As reviravoltas, na minha opinião, foram previsíveis. Apenas uma foi bem surpreendente e me fez repensar sobre quem estava certo e se existia lado certo. Mas em nenhum momento falei: que livro, genial!! O que me deixou um pouco chateada, porque é o primeiro livro que leio da autora e tinha muita expectativa.
A Guardiã de Histórias é um livro ótimo com um mundo muito bem consolidado e perfeito para quem gosta de uma boa quantidade de plot-twists.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Conto novo, de novo!

Olá, leitores infinitos!
Estava concorrendo para participar de uma antologia sobre psicopatas, mas não ganhei. Talvez, no fim das contas, eu tenha fugido do tema. Ou não. Na verdade, não sei do que esse conto se trata. E também não sei se é uma história linear. A verdade é que o texto foi escrito praticamente sozinho e quando eu olhei e li tudo de novo pensei: puta que pariu.
Realmente, essas três palavras descrever tudo o que eu pensei. Perdoem o palavrão, mas foi necessário. Acho que foi o melhor conto que eu escrevi. Não em relação a enredo e essas coisas, mas o modo como foi escrito. É um dos mais chocantes também, e de te deixar pensando. Porque não há uma conclusão.
Eis o conto, para que vocês tirem suas próprias respostas e façam suas próprias reflexões.
(Família, por favor, não me coloquem em um hospital psiquiátrico. Eu sei que vocês não estão acostumados comigo escrevendo histórias assim.)

 Roubo - Beatriz Nogueira
Clique na imagem para ler o conto: Roubo - Beatriz Nogueira.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

[SÉRIES] Coisas que eu aprendi com My mad fat diary


My mad fat diary conta a história de Rae Earl, uma garota cheia de problemas que acabou de voltar de um hospital psiquiátrico após uma tentativa de suicídio. Assim que volta, precisa dar adeus aos seus amigos do hospital e dizer olá para o mundo exterior. Ela retoma a amizade com sua ex-melhor amiga, Chloe e acaba fazendo amizade com um grupo posteriormente chamado de The Gang. Porém, ninguém ali sabe o que ela realmente estava fazendo no período em que ficou quatro meses fora. Além disso, toda semana ela visita seu terapeuta, Kester, para suas sessões.


Eu estava passando por uma fase de extrema ansiedade por conta de alguns problemas e não conseguia fazer nada durante o dia — foi por isso que o blog parou, de novo — eu simplesmente só ficava passando o tempo fazendo absolutamente nada e esperando por uma resposta. Até que lembrei da existência dessa série e resolvi tentar assistir — tendo a certeza de que não conseguiria porque estava difícil focar em alguma coisa. E foi amor a primeira vista, passei dois dias assistindo a todos os dezesseis episódios e aprendi muito com eles.


A Rae é uma personagem com quem eu me identifico. Seus pensamentos ruins sobre sua personalidade não são iguais aos meus, mas nós duas temos uma puta insegurança e auto estima baixa. Foi engraçado que eu me vi em todos os episódios. As sessões de terapia parecia que eram feitas para mim, sabe? Tudo se parecia tanto que eu vivi a série — talvez até mais do que deveria. Como vocês devem saber, eu sou uma pessoa insensível que não costuma chorar com essas coisas, mas eu não parava de chorar. Pelo menos a cada dois episódios, eu derramava algumas lágrimas.


E quando acabou eu fiquei me sentindo meio ué. Fiquei procurando o tempo todo respostas de como eu me amaria. E como eu vou saber que estou me amando? Porque só assim as outras pessoas vão gostar de mim de verdade. Mas eu aprendi várias coisas. Aprendi que, às vezes, sou meio egoísta de não perceber o quanto estão tentando me ajudar — mesmo que também estejam quebrados. Uma coisa que eu já sabia, mas se agravou, é que todo mundo possui problemas. Todos nós estamos um pouco quebrados. Aprendi a contar até dez e talvez a procurar um pouquinho mais de qualidades em mim ao invés de defeitos. No final, há uma cena em que parece que vai haver um suicídio. E eu pensava "Não. Não pode terminar assim. Se essa é a única solução, então nada vale a pena."
Mas a série terminou bem, eu acho. E meu coração ainda não está 100% curado, mas My mad fat diary me ajudou a pelo menos me permitir a começar a me curar — de verdade.

sábado, 10 de dezembro de 2016

PH Poem a day

A Chanice do blog Perhappiness criou o PH Poem a day. Um desafio de escrita para todos aqueles que são amantes dessa arte. A cada dia do mês, um tema, uma palavra. A cada dia do mês, uma poesia. Clicando ali em cima no blog dela você pode saber mais sobre o desafio. Por ora, vou mostrar para vocês os temas de dezembro.

Eu sou uma negação com desafios. Ia fazer o NaNoWriMo e fracassei miseravelmente, não escrevi absolutamente n a d a. Mas, apesar de esquecer alguns dias e fazer atrasado, estou até que indo bem. Por isso, hoje vim aqui compartilhar os meus textos favoritos dessa semana. Escrevi até poema!

A harpa
Era divertido brincar com você. Tocar a minha harpa e te ver dançar com os cabelos loiros esvoaçantes. Às vezes, você chegava da escola com um rabo de cavalo e não tinha sensação melhor do que te ver aliviada por desmanchá-lo e dançar para mim. Leve, como se pudesse flutuar. Lembro-me do sorriso que você dirigia a mim. Lembro-me de como você queria me tocar, mas simplesmente não podia porque minha vida era definida em uma cadeira de rodas. E eu não queria que você soubesse o quanto meus músculos eram frágeis e só a minha cintura pra cima sentiria o seu toque. Meu melhor momento era fazer música pra você e te ver dançar. Sorrir para mim.
Mas você se foi.
E a harpa ficou.
A cadeira também.

As cutículas
Talvez se eu tivesse negado
                                  Tantos beijos sem motivo,
Eu me amasse mais.
Talvez se eu olhasse no espelho
                                  E não visse um lixo,
Eu me amasse mais.
Talvez se eu te deixasse ir embora
                                   Pra nunca mais,
Eu me amasse mais.
Talvez se eu não vivesse arrancando cutículas
                                         Com o dente,
Eu me amasse mais.
Talvez se eu não fosse tão ansiosa
                                      E tão confusa,
Eu me amasse mais.

E talvez se eu tivesse aprendido
Que me amar mais
Dependeria
                 Só
                     De
                          Mim.
E de aceitar
                Todos os
                              Meus
         DEFEITOS
Eu me amaria.

A ferida
Sinto-me mal por não conseguir me sentir mal ao ver suas feridas abertas. E saber que eu provoquei cada uma delas. Foi difícil te manter aqui sob meu encanto, mas você permaneceu, mais uma vez. Você me temia e não foi embora e o medo é maior que o amor. O medo sempre vence. Mas quando tentei tirar as suas roupas para consumir de nossa lua de mel, você recuou. E se você não tivesse recuado, talvez não estivesse morta. É difícil dizer isso, mas você sempre foi a minha bonequinha. Literalmente. Na verdade não é difícil. Eu estudo. Sei o que sou. E você foi seduzida por alguém com muitos problemas mentais. E não quis ser a minha primeira mulher. Recuou. Foi embora. Ah, querida, você devia ter pensado melhor. Aí eu não estaria aqui, causando feridas e sugando seu sangue. Não teria que fazer isso de um jeito pior. O nome disso não é amor. O nome disso é medo. De amar?

A vodka
Você foi embora e tudo o que me deixou foi uma garrafa de vodka. Como se soubesse que assim que você desse meia volta e voltasse para a sua vida feliz com a sua esposa eu faria questão de virar essa merda até não saber até onde estou. E não sei. Fiquei perdido em você, acreditei em suas palavras e tudo o que me resta agora é esse líquido em cima da mesa, dentro de uma garrafa transparente. Esse líquido promete me fazer te esquecer por uma noite. Deve ser uma coisa mágica, conseguir deixar de lado todas as promessas que você me fez. Você se descobriu comigo, ou pelo menos era o que dizia. Ingênuo fui eu de achar que ao invés dessa garrafa, você me deixaria os documentos do seu divórcio. É difícil demais pra você admitir que gosta de comer outros homens, não é?! Filho da puta. Agora eu tô aqui, abrindo essa garrafa porque é a última coisa que me lembra você e o nosso maldito primeiro encontro. Mas o nosso primeiro encontro era uma reunião da empresa e você tinha que levar uma bebida para o seu chefe. Ordinário. Mal sabia que o meu chefe sempre foi você. Chefe de todas as minhas ações. Você tomou conta da minha vida. A minha vida sem graça e entediante. Os comentários. Escutava comentários dizendo que nunca ninguém ia se submeter a amar uma bicha como eu. E sabe o que eu fazia? Eu ignorava. Ignorava porque sabia que você. Você me amava. E essa merda ta ardida e ta queimando mas não queima mais do que lembrar de quando você disse que me amava e amava tanto que estava disposto a deixar tudo pra trás e fugir comigo. Ingênuo sou eu que acreditei. Você nunca destruiria sua vida perfeita por mim, destruiria? Eu me humilhei tanto. E eu estou me humilhando agora, escrevendo esse texto em um manuscrito qualquer. E isso provavelmente vai ficar todo manchado de vodka quando eu parar de escrever e começar a beber pra valer. Arde. Queima. Trucida. Aos poucos. Eu quero tanto que você se foda. Você. Você não me deixou nada. Não podíamos ter nada concreto, nenhum objeto que remetesse a nós dois. Eu me submeti a isso. E estou me submetendo a esse líquido comprometedor que não está me fazendo esquecer porra nenhuma. Por quê? 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Resenha: Sophia Abrahão Numa outra - Camila Fremder

Ano: 2016
ISBN: 9788584390526
Páginas: 160
Nota: 4/5
Editora: Paralela

"Faz o meu mapa?"

Não vou negar que quando soube do livro da Sophia, torci o nariz. Nesse mundo repleto de youtubers lançando livros - que são mais produtos de marketing - com biografias e a maioria nem escrevendo ou lendo o próprio livro, criei um certo preconceito, confesso. Sim, o nome disso é marketing, mas a sociedade funciona assim, não é?! E claro que eu sei que alguns youtubers escrevem, de fato, o livro. Mas enfim, não vamos entrar nisso. O fato é que sempre vi a Sophia falando que quem escreveu o livro foi a Camila, dando os devidos créditos e importância para a autora e pensei "poxa, é por isso que eu me orgulho tanto dela". E sabendo que ela estava aqui para me apoiar com meu livro, não seria nada justo não dar ao menos uma chance para o livro dela. E foi na fila da sessão de autógrafos que, com muito medo - confesso, abri Numa outra e comecei a ler.

"O mundo precisa de mais amor e menos julgamento."

O livro contém diversos contos com histórias vividas pela atriz. Desde sua viagem a China, passando pela época em que participou da novela Rebelde, até um texto inteiro falando sobre sua paixão por astrologia. A letra é maior do que a que estou acostumada e o livro é cheio de imagens de ensaios e fotos do instagram, dando uma maior dinamicidade para a leitura.



A única coisa que atrapalhou na hora de ler é o fato de algumas palavras ou frases estarem cortadas e intercaladas por várias páginas de imagens.

"Cada pessoa tem um tipo de corpo e um tipo de beleza."

Foi muito legal descobrir um outro lado dela, também. Parece que com esse livro pude conhecer mais da Sophia sem o Abrahão. E amei! Descobri como funcionava o seu trabalho na China, o que ela sentia em relação aos colegas de elenco em Rebelde e ainda percebi alguns babados fortíssimos! Hahaha


Porém, esse é um livro para todos aqueles que já conhecem Sophia Abrahão. Foi uma obra feita para os fãs, como se fosse um presente. Então não tenho certeza se todos iriam gostar de ler. Mas acho que vale a pena dar uma chance.

sábado, 3 de dezembro de 2016

[SÉRIES] Meus episódios preferidos de Black Mirror

Black mirror é a série que promete acabar com todo o seu emocional. Todos os episódios são independentes, cada um com sua própria história. Entretanto, há uma coisa em comum: a tecnologia. Estão inseridos neles um tipo de tecnologia que pode estar presente futuramente na sociedade. Se não é exatamente assim, torna-se algo relacionado. O fator principal da série é o nível das consequências que tudo pode gerar. Sabe aquele tapa na cara da sociedade?! Então!
Alguns episódios me marcaram muito e me fizeram refletir demais. Outros me deram um chacoalhão e outros ainda me fizeram perguntar o que eu estou fazendo aqui ainda. Hoje, resolvi comentar com vocês um pouquinho dos meus três episódios preferidos.

Shut up and dance - Terceira temporada, episódio 3.
O episódio começa de verdade com um garoto que se masturba em frente a webcam, vendo algum vídeo pornográfico. Logo depois, recebe uma mensagem anônima, ameaçando de mandar esse vídeo para todo mundo. Com medo, o garoto faz tudo o que mandam. E isso vai longe, muito longe. No fim do episódio, fiquei de boca aberta. Não posso contar o final, mas me lembrou muito o meu livro, A Garota do casaco vermelho quanto a essa coisa de justiça. O que é justiça? Quem estava certo? Será que o garoto é tão inocente assim? 
15 million merits - Primeira temporada, episódio 2.
Basicamente, uma espécie de distopia misturada com reality show e a ideia de Big Brother. Tudo ali é artificial e conseguido com o dinheiro do lugar, produzido quando o participante pedala em sua bicicleta. O lugar é enorme e conta com vários canais de TV, inclusive, um programa estilo X Factor. Enfim, o enredo do meio você vai saber assistindo, mas o que importa é o tremendo choque que esse episódio me causou. A princípio, foi o que eu mais odiei. Mas amei por ter odiado tanto. É sério. Esse aqui não só te da um tapa, mas também uma voadora que te faz viajar quilômetros. Pensei que não conseguiria ter vida depois de acabar e ficaria eternamente numa dúvida cruel. Sobre o que eu estou falando? O ciclo da sociedade. E se você não concorda, vai lá, faz um discurso. Aí te oferecem algo "fenomenal" pra você calar a boca. E você cala? É o ciclo, meu amor. (ESTOU QUERENDO GRITAR SÓ DE ESCREVER ESSE TEXTO)

Hated in the nation - Terceira temporada, episódio 6.
Eu achei que esse episódio seria chato, entediante. Aí uma amiga minha disse que tinha toda essa coisa de justiça e eu pensei: por que não continuar? Continuei. Cheguei ao final. Quis me jogar da ponte. É sério. Eu tô dizendo isso constantemente, mas é porque essa série realmente consegue acabar com todo o meu psicológico. Sou fascinada com isso de justiça, mas esse episódio é mais sobre as consequências de uma justiça. E as consequências em geral. E também te ensina a temer as abelhas. E tomar cuidado com as suas hashtags no twitter. 

Se chegamos a uma conclusão, é que eu quero dar um beijo no produtor de Black Mirror. Essa, com certeza, é a série mais foda e mais doída que eu já assisti! Se você ainda não assistiu, se prepara psicologicamente e depois vai com fé. Tem na netflix, viu?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Resenha: Novembro, 9 - Colleen Hoover

Editora: Galera Record
Ano: 2016
ISBN: 9788501076250
Páginas: 352
Nota: 5/5

Você não deveria ser tão importante assim pra mim. 
Talvez o destino tenha alguma coisa a ver com isso.
Fazia muito tempo que não escrevia uma resenha porque, na verdade, fazia muito tempo que eu não lia um livro. Minha estante está repleta de não-lidos, mas sabe quando nenhum te interessa? Principalmente depois de escrever o meu livro e estar preocupada com o lançamento e outros detalhes da publicação. Mas parece que nesse fim de mês, o bloqueio literário resolveu ir embora. Foi escorrendo pelo ralo aos poucos, mas foi nesse exato momento em que tive o bendito estalo. Comecei a ler Novembro, 9 hoje mesmo, assim que minha encomenda chegou. E foram cinco horas de risadas, paixão, sofrência e um coração destruído em migalhas. Vocês sabem que eu odeio romance, mas a Colleen Hoover consegue me fazer amar cada um deles. Ela e sua habilidade de criar os melhores personagens e os melhores plot-twists. Deixando a divagação de lado, vamos ao que interessa.

"Meus defeitos são o que me faz acordar de manhã e o que me deixa acordada a noite."

Fallon costumava ser a protagonista de uma série americana famosa, mas tudo foi interrompido quando a casa de seu pai foi incendiada. Ela não costumava ficar muito lá, já que morava com sua mãe, mas estava ali naquela noite. Destino cruel? Talvez. Seu pai simplesmente esqueceu que ela estava ali e quando todos ouviram os gritos, a menina já estava ferida.

"Quem quer que tenha dito que a verdade machuca estava sendo otimista. A verdade é uma filha da puta que provoca uma dor excruciante."

Por isso, com dezoito anos, ela tem a parte esquerda do corpo repleta de cicatrizes. Desde o rosto descendo até a cintura. E é extremamente insegura com isso. Dia 9 de novembro é o aniversário do acidente. O livro começa dois anos depois, quando ela está em um restaurante com seu pai contando a notícia de que está prestes a ir para Nova York com o intuito de continuar sua carreira de atriz. Os dois começam uma briga quando ele diz que não existe mais chance para ela. Assim, de repente, surge Ben, um cara totalmente X que se mete no meio da conversa e finge ser namorado da garota enquanto a defende.

"Você nunca vai conseguir se encontrar se estiver perdida em outra pessoa."

A questão é que esse encontro culmina quando os dois acabam passando o dia todo juntos e acabam rindo, se divertindo, gostando um do outro e esquecendo o que aquela data significa. E então, criam um novo significado. Eles não poderão manter contato nenhum, mas deverão se encontrar todo dia 9 de novembro, na mesma hora e no mesmo local. E Ben tem a missão de escrever um livro sobre isso. Em troca, Fallon também tem que cumprir algumas tarefas.

"Talvez os gestos grandiosos não importem tanto quanto todas as coisas irrelevantes entre os dois personagens principais."

Novembro, 9 foi um livro que não me deixou largá-lo nem por um instante - talvez só um pouco, porque eu precisava respirar. A narrativa é totalmente ágil e, as vezes, angustiante. A premissa é sim, clichê, e lembra Um Dia - a autora até brinca com isso - mas Colleen Hoover, como sempre, consegue transformar o clichê em algo completamente diferente e incrível. A construção dos personagens também é extremamente bem feita. Fiquei com medo de não perceber o crescimento ao longo dos anos ou que a autora deixasse alguma coisa passar, mas isso não aconteceu.

"Porque quando você ama uma pessoa, tem o dever de ajudá-la a ser a melhor versão de si mesma."

Fallon e Ben são dois personagens incríveis e fortes que com certeza ganharam meu coração. No início, achei Ben um tanto quanto machista e pensei até em desistir da leitura. Mas depois, percebi que não era nada daquilo. Ainda bem que eu resolvi não parar no primeiro capítulo. Não vou falar muito sobre eles pois acho que todos deveriam conhecê-los, mas posso dizer que me ensinaram muitas coisas.


Aliás, essa é uma obra repleta de ensinamentos. Alguns estão ali, prontos para que você veja, outros estão contidos em pequenos detalhes. Mas o fato é que, sem dúvida alguma, esse não é só um livro de romance. É também sobre autoconfiança e deixar quem você ama livre. E também, sobre se amar. Foi muito bom ler essa história agora porque estava precisando ler algumas coisas do tipo. Sei que vou ficar bastante tempo refletindo sobre e eu amo quando isso acontece.

"A juventude e a beleza passam. A decência humana, não."

Nem preciso falar nada sobre as reviravoltas do livro que vão te fazer querer jogar Fallon da janela, depois Ben, depois a autora e por último você. Mas aí tudo faz sentido e tudo o que você vai querer fazer é agradecer a Colleen Hoover e pedir para que ela não pare de escrever nunca. Ah, e esses plot-twists são bem surpreendentes - eu pelo menos não imaginei.

"Mas quando se trata de uma batalha entre sua adrenalina e sua consciência, a adrenalina sempre vence."

Resumindo, se você não gosta de romance, leia Novembro, 9. Se você ama essa autora e romance, leia Novembro, 9. Se você está lendo isso aqui, leia Novembro, 9. Só leia. Mas prepare-se para juntar os pedaços do seu coração novamente.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Eu me desafiei: NaNoWriMo


Eu sei que você, leitor infinito, ao adentrar esse post ficou se perguntando o que diabos é NaNoWriMo que mais parece alguma palavra aleatória em uma língua alienígena. Calma, eu explico. Essa sigla quer dizer National Novel Writing Month. Continua dificíl? Ok, eu explico.
Esse é um projeto que costuma acontecer durante o mês de novembro de todos os anos. O objetivo é escrever um livro em apenas um mês. Em outras palavras, o desafio real é terminar o mês com 50.000 palavras escritas. 
Você pode se registrar no site, participar de fóruns, criar gráficos, entre muitas outras coisas. Se quiser me adicionar na plataforma, o meu user é beatriznogueira. Porém, não costumo ficar muito por lá, prefiro apenas me registrar e fazer o desafio comigo, sabe?
E esse mês eu me propus esse desafio. Vocês já devem saber que esse mês tem o lançamento do meu primeiro livro, A Garota do casaco vermelho. E eu não pretendo parar nunca mais! Logo, resolvi fazer sabe o que? Escrever mais um!! E adivinha? Vai ter muita bruxaria pra vocês <3
Espero conseguir completar esse projeto novo!
Quem vem comigo?!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

[NO MUNDO DA MÚSICA] Músicas novas


Beatriz Nogueira, além de blogueira, escritora, fotógrafa, é a louca dos indies e das músicas novas. Sempre gostei muito de ficar na internet procurando músicas novas e cantores novos para escutar. Junto com isso, vem o famoso ciúmes da banda ou da música. Mas resolvi deixar isso de lado e mostrar algumas das minhas descobertas pra vocês. Vamos desbravar juntos esse universo alternativo!
(Comentem aqui em baixo as músicas novas que vocês conheceram e gostariam de compartilhar com a doida aqui)

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Oi.
Eu nem sei muito bem como começar essa postagem. Tanta coisa aconteceu junto na minha cabeça e eu acabei ficando meio perdida. Junto com meu livro finalmente pronto, vieram amores errados, trabalhos de faculdade e mais sei lá quantas complicações que eu deixei entrarem no caminho.
É.
Eu meio que abandonei isso aqui aos poucos.
Isso aqui não,
O meu espaço.
Não conseguia sentir mais vontade de ler, estava perdida em um mundo de séries e vídeos do youtube e faculdade e coisas da minha cabeça e esqueci aqui desse meu cantinho que me fazia tão bem.
Dias atrás, encontrei uma leitora no facebook que me disse que amava isso aqui, pediu para eu não parar. E, pensando no que ela disse e em todas as coisas que aconteceram na minha vida, tirei uma conclusão:
Eu preciso voltar.
Então, aos poucos, vocês me terão de volta. Quero focar no que interessa, e esse blog sempre foi muito especial pra mim!!
Acho que é isso, acho que é assim que eu contei que eu tô de volta.
E logo mais tem post falando sobre o lançamento do meu livro, meus textos aleatórios cheios de loucura e sentimento, as resenhas que vocês tanto gostam, comentários sobre clipes e muito mais eu. Quero me entregar de verdade <3

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

[SÉRIES] Supermax


Em uma época onde os jovens vivem de internet e netflix, a televisão acabou sendo esquecida. A audiência das novelas caiu e hoje seu grande público é mais adulto. Na tentativa de atrair novamente os adolescentes e jovem adultos, a Rede Globo lançou uma nova série — exibida toda terça-feira às 23h. Vários episódios foram disponibilizados online também, para atingir a outra parte desse público. 


Supermax é o nome dado para o reality show que acontece em um presídio de segurança máxima no meio da floresta amazônica. O prêmio? Dois milhões de reais e talvez o perdão do público — todos os participantes possuem um segredo, todos já estiveram envolvidos com o crime, de uma forma ou de outra. Entretanto, em determinado momento, eles perdem o contato com a produção. Não sabendo se isso é mais uma prova, não sabem em quem confiar e o confinamento os leva a ter que superar limites e atravessar barreiras — o que pode ser um tanto quanto traumático e gerar conflitos.
Assisti ao primeiro episódio e a personagem feita pela Mariana Ximenes me chamou a atenção, ela diz não ter medo da morte — e isso é algo que sempre está muito presente nas protagonistas das minhas histórias. Além disso, a atuação da atriz foi impecável. Na verdade, somente alguns ali são conhecidos pelas novelas, os outros são atores completamente novos. E todos deram um show de atuação. Preciso parabenizar a Cléo Pires, também. 



Muitos disseram que ficaram com medo, mas eu não entendi muito bem até chegar ao final do episódio, quando aparece uma criatura meio sinistra. Então, continuei não entendendo se a série vai acabar tendo uma pegada sobrenatural ou psicológica. Eu, sinceramente, espero que seja psicológica. Estou morrendo de curiosidade para ver como cada participante vai lidar com seus segredos e seu passado. O passado sempre volta. O passado sempre assombra. E essas duas frases têm tudo para serem a chave dessa série.



Se você já assistiu, me conta o que está achando dessa vibe nova trazida pela televisão brasileira — e o que está achando da série, é claro.

domingo, 11 de setembro de 2016

Resenha: Boa noite - Pam Gonçalves


Editora: Galera Record
Ano: 2016
ISBN: 9788501106698
Páginas: 240
Nota: 5/5

Bem-vinda ao seu novo mundo. E boa noite.

Alina está prestes a deixar toda a sua vidinha de interior para adentrar a faculdade de engenharia da computação. No dia de sua matrícula, vê um aviso dizendo que há uma vaga disponível para a chamada república das loucuras. Pensando que talvez tenha sido o destino, a garota liga para o número disponibilizado e faz uma entrevista meio maluca por telefone com uma tal de Manu. Está tudo confirmado quando ela chega para o seu primeiro dia de aula e vê aquela parede de tijolinhos, o lado exterior do seu lar pelos próximos quatro anos
Lá, ela conhece a Manu, uma garota extremamente divertida, explosiva e aparentemente desapegada. Mas possui algumas coisas reprimidas lá dentro. Além de Talita e Bernardo, os namorados que não param de se pegar um só segundo - mas se tornam ótimos amigos de Alina - e Gustavo, o estudante de medicina que nada parece com os outros garotos. Na sua sala, vira amiga principalmente de Luana, uma das quatro únicas meninas do curso.
No início, tudo é muito divertido e diferente. Alina até conhece um menino com quem começa a sair. Mas, rumores de estupro e drogas em festas começam a correr por aí. A garota e seu time aproveitam um concurso para tentar mudar isso. Para tentar proteger as mulheres. 



Boa noite é um livro com uma ideia nada genial e uma escrita simples, mas que consegue passar o recado direitinho. A escrita da autora é completamente dinâmica e te leva com facilidade até a última página, faz com que o leitor, inclusive, queira mais. O background com o ambiente da faculdade é perfeito, fez com que eu super me identificasse com aquilo que estava lendo, já que estou apenas no segundo semestre. É engraçado como em tão pouco tempo, a gente muda tanto. Acho que a faculdade abre as portas e nós só temos que saber como usar essa abertura.

"Acho que a maioria das pessoas que chega na universidade espera que a vida tome um rumo completamente diferente... Obviamente eu também. Tudo o que eu quero é começar de novo. É nisso que eu penso enquanto encaro a parede de tijolinhos à frente. Só quero deixar tudo pra trás e enfim ser alguém legal."

Mas o livro não é só isso. Não é só faculdade, aprendizado e festas. Ele trata de um tema muito recorrente na sociedade atual: o feminismo. Não, não é um livro feminista. Não, não é algo imposto pra você. Conforme a Pam escreve e o leitor segue o fluxo, algumas coisas são ditas. Não sei se estou conseguindo explicar muito bem, mas é com uma escrita simples e fluída - me lembrou a Jennifer Brown - que a autora consegue passar a mensagem de que homens e mulheres devem ser iguais e não, uma mulher não deve ser educada para não usar saia curta, e sim o homem deve ser educado para respeitá-la. 



Além disso, um ponto que me deixou muito feliz é a bissexualidade da Manu relatada de uma forma extremamente normal. A autora não ficou em nenhum momento citando isso diversas vezes, estudando, ela simplesmente disse, naturalmente. E isso é simplesmente incríveeel!! Há muitos livros por aí que tratam a homossexualidade como algo normal - e outros que a usam como foco - mas nunca tinha encontrado um que relatasse a bissexualidade. E pois é, gente, pessoas gostam de pessoas e isso é normal!

"(...) É o que a cultura do estupro faz com a nossa sociedade, nos cala e nos tolhe os direitos."

Creio que seu principal objetivo era impactar, de alguma forma, as pessoas que leem esse livro. E ela usou sua visibilidade da melhor maneira possível passando esse recado. Então obrigada, Pam Gonçalves por me mostrar que você não precisa de uma ideia genial para escrever um livro bom. E obrigada, por mostrar para as pessoas que as mulheres devem ser respeitadas e tratadas da mesma forma que os homens. 

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Precisamos falar sobre o Setembro Amarelo


Setembro amarelo é um projeto de conscientização e prevenção ao suicídio. Com isso, muitas informações estão circulando, o que é bom. Porém, sinto que o suicídio está sendo banalizado. Não, o projeto não tem esse intuito, mas é o que está acontecendo como consequência. Várias pessoas estão postando em suas redes sociais uma imagem/texto que diz "se precisar de alguém para conversar ou só te ouvir, pode me chamar no inbox", a questão é que muitos estão fazendo isso só para se sentirem melhores consigo mesmos ou então só porque todo mundo está fazendo. Suicídio não é assim!!!
Quando uma pessoa pensa em tirar a própria vida saiba que essa nunca foi a sua primeira opção, mas a última. Suicídio é válvula de escape do corpo de quem não vive mais. De quem está apenas vagando por aí. E não, uma pessoa que pensa em se suicidar, não vai ver mil posts de pessoas que nem conhece dizendo a mesma coisa e chamar no inbox e dizer todas as suas dores. Não funciona assim.
Não culpo as pessoas que estão participando disso porque elas não passaram por esse momento e não tem como saber o que é esse sentimento. Mas me irrita toda essa banalização. Esse projeto com certeza está ajudando bastante trazendo essa discussão em pauta e mostrando para as pessoas como ajudar. Mas não é com um post egocêntrico que isso vai acontecer. Peço desculpas se esse texto ficou confuso, mas precisava realmente desabafar.
Uma postagem abrindo o seu coração para apoio ajuda.
Mas ajuda ainda mais perguntar para alguém que passa por você de cabeça baixa se está tudo bem e querer, de fato, saber se está tudo bem.
Ajuda cuidar do seu amigo que está se sentindo excluído.
Ajuda não julgar os problemas de quem é próximo a você como drama.
Ajuda fazendo alguém se sentir importante.
Diga para as pessoas que elas são importantes.
Mas diga mesmo.
O dia de um suicida melhora com um elogio de um desconhecido, mas sua vida ganha um pouquinho mais de cor quando quem convive com ele mostra a sua importância.
Espero que entendam o que eu quis dizer.
Precisava trazer essa discussão.
Não banalizem esse projeto.
Não façam ele perder a sua força.

domingo, 4 de setembro de 2016

Resenha: O Último adeus - Cynthia Hand


Editora: Darkside
Ano: 2016
ISBN: 9788594540027
Páginas: 352
Nota: 5/5

O outro lado do suicídio.

Lex acabou de perder o irmão, Tyler. Mas não é uma perda comum. Existem dois lados do suicídio. O lado de quem se suicida e o lado de quem fica. Lex ficou. A garota agora precisa lidar com o fato de que Tyler parecia estar bem, mas na verdade tinha como única saída o outro lado da vida. O lado temido pela maioria. Seu irmão cometeu suicídio na garagem de sua casa atirando em si. O terapeuta de Lex faz com que ela escreva uma espécie de diário contando, primeiramente, suas duas lembranças mais fatais com Ty. A primeira e a última. 

"As pessoas que amamos nunca se vão realmente."

O Último adeus é uma história sobre superação e aprendizado. Sobre aprender a lidar com a perda e perceber que, as vezes, não há nada a ser feito. As vezes, a morte é mesmo a única solução. Lex não precisa lidar apenas com a morte do irmão, mas com a ausência do pai e o desespero e angústia da mãe, que não consegue, de jeito nenhum, seguir com a sua vida.

"Desculpe, mãe, mas eu estava muito vazio."

Eu poderia dissertar eternamente sobre esse livro, mas simplesmente não consigo. Talvez essa seja a resenha mais curta que escreverei no blog. Já li muitos livros com essa temática, mas esse realmente me surpreendeu.

"Pelo menos, estou determinada a ser direta. Meu irmão se matou. Na nossa garagem. Com um rifle de caça. Isso faz com que pareça o jogo mais cruel do mundo, mas é isso."

Recentemente, perdi a minha avó. Não sou uma pessoa que coloca pra fora o que sente. Chorei poucas vezes. Era algo interno. Continua sendo algo interno. Mas não costumo pensar muito sobre isso. Quando comecei a ler esse livro, parecia que a personagem era eu. Salvo por algumas características, era como se fossemos as mesmas pessoas e estivéssemos vivendo a mesma coisa. Eu senti - e sinto - tudo o que está escrito ali. Toda a impotência de não saber o que fazer no enterro, do que dizer quando ela encontra a mãe chorando. Todas as cartas, todos os sentimentos e aquela coisa chamada pesar. Eu realmente não sei explicar, mas depois que terminei de ler precisei digerir tudo aquilo.
Sabe, não costumo chorar com livros, mas O Último adeus me arrancou duas lágrimas. Duas fucking lágrimas e um muito obrigada, Cynthia Hand.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

[NO MUNDO DA MÚSICA] Anavitória


Anavitória é uma dupla de cantoras pop. Tudo começou com um cover da música Um dia após o outro, do Tiago Iorc. O cantor gostou tanto das duas que resolveu se tornar o produtor. Desde então, a dupla cresceu muito e já tem vários fãs espalhados pelo Brasil. 


Nunca tinha escutado nenhuma música da dupla e me surpreendi quando Singular tocou pela primeira vez. O ritmo das canções são muito gostosos, fazem o ouvinte ter vontade de cantar junto e sair por aí andando, olhando para os cantos da cidade com um sorriso de orelha a orelha. Fiquei surpresa com o quanto Agora eu quero ir se encaixa com um momento que passei na minha vida recentemente. Escutei Chamego meu e já consegui pensar a quem dedico essa música. Acho que estou apaixonada pela dupla, não vejo a hora de poder ir ao show em São Paulo. 
Minhas preferidas são essas que citei e Trevo. E as suas? Me conta que quero saber!!

Quer sentir o que eu senti? Escute 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Resenha: Six of crows - Leigh Bardugo

Editora: Gutenberg
Ano: 2016
ISBN: 9788582353820
Páginas: 376
Nota: 5/5

Arrisque-se e saiba que a morte pode ser silenciada.

Em meio a Ravka, Fjerda e todo esse universo criado por Leigh Bardugo fica o centro comercial de Ketterdam, onde tudo pode ser consegui pelo preço certo. Kaz Brekker sabe muito bem como fazer isso. Ele faz parte de uma gangue chamada Dregs e está acostumado com disputas territoriais, além de suas vinganças. Porém, algo muito maior acontece. Ele deverá unir uma equipe para sequestrar de volta o cientista responsável pela criação da jurda parem - uma droga que deixa os Grishas muito mais fortes e incontroláveis. Uma droga que pode gerar a morte. É nessa jornada que une um ladrão, um presidiário, um atirador de elite, um fugitivo, uma espiã e uma sangradora. Todos em direção a um único objetivo. Mas terminará ele com a morte?!

"Um segredo não é como moeda. Ele não mantém seu valor se você o gasta."

Quando soube que a trilogia Grisha teria um spin-off já fiquei meio pirada. Sabia desde o começo que Leigh Bardugo faria juz a minhas expectativas - e passaria todas elas. Assim que coloquei as mãos em Six of crows, entrei em um estado completamente diferente. Entrei naquele mundo novamente e respirei aliviada por estar tão perto de Ravka.

"A raiva tinha passado, foi como se alguma chama tivesse se apagado com ela. Seus olhos estavam mais frios do que ela jamais tinha visto, vazios de sentimentos ou traços de humanidade. Era isso que Hellgate tinha feito com ele. E a culpa era dela."

Inej é uma personagem que me marcou bastante. A tal Espectro é uma grande espiã, consegue entrar nos lugares sem ser vista, sem ser sentida. E seu passado conta muito na construção da sua personalidade. Acho que esse é o ponto chave. Todos ali possuem um passado. Todos possuem um motivo. Podem ser cobertos por um grande pano preto, mas estão ali. E é isso que fazem com que todos permaneçam juntos nessa jornada - embora estejam, por outra perspectiva, separados.

"Ela teve de rir de si mesma. Ela não desejaria amor para ninguém. Ele é como uma visita a quem você dava as boas-vindas e depois não conseguia se livrar."

Além do clima de suspense quanto ao re-sequestro - o cientista foi raptado por outro povo muito perigoso e está na Corte do gelo, um lugar quase impossível de entrar e pior ainda de sair - existe uma tensão entre todos os personagens. Todo mundo pode trair todo mundo a qualquer momento.

"Eu amava sua risada, Nina. E seu coração feroz de guerreira. Eu poderia ter te amado também."

Temos dois romances principais durante o enredo - apesar de shippar outros que não são propostos pela autora - e fiquei muito feliz com esse desenrolar. Não é aquela coisa melosa ou provocativa. É algo muito diferente. Envolve poder, dinheiro, traição, vingança. E um sentimento que me pareceu ser muito diferente de amor - de um jeito bom. Acho que o fato de não conseguir explicar faz com que mostre o quanto esses romances foram bem trabalhados. Eu odeio quando o livro de fantasia foca em romance. Odeio quando qualquer livro que poderia ser muito, vira pouco por focar em casais mesquinhos. Mas poderia ficar horas lendo as peripécias desses casais que não são casais. Tenho vontade de pedir para que todos os autores tenham aulas de "como criar um romance em uma história de fantasia sem ficar clichê ou enjoativo" com Leigh Bardugo.

"(...) Que, sem querer, ele tinha começado a se apoiar nela, a procurá-la, a precisar dela por perto. Ela precisava agradecê-la por seu novo chapéu."

Poderia falar um pouco de cada personagem, mas ficaria aqui eternamente e prefiro que cada leitor tire suas próprias conclusões. Cada um deles merece um pouco da sua atenção.
Mas uma coisa eu garanto. Leia Six of crows que suas expectativas serão até ultrapassadas. Depois de ler esse livro e terminar a trilogia Grisha tenho certeza: eu sai de Ravka, mas Ravka nunca sairá de mim. Obrigada mais uma vez, Leigh.

"(...) Eu quero que você fique. Eu quero que você... Eu quero você.""Você me quer." Ela parou e refletiu sobre as palavras. Gentilmente, ela apertou a mão dele. "E como você me teria, Kaz?"Ele olhou para ela, olhos ferozes, boca rígida. Era a expressão que fazia quando estava lutando."

PS: Obrigada apesar de eu querer estar te matando por causa desse final louco que me fez ficar mais louca ainda pelo segundo livro.
PS.2: Sim, Six of crows será uma dualogia.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

[SÉRIES] Stranger Things

Em Mountauk, Long Island, um garotinho chamado Will desaparece misteriosamente. Sua mãe e o xerife começam a procurá-lo. Porém, não são só eles que estão preocupados. Seus melhores amigos, Dustin, Lucas e Mike querem encontrá-lo o mais rápido possível. No meio de toda essa história, surge uma garotinha um tanto quanto estranha que atende pelo nome Eleven.


Quem pensa que Stranger Things é apenas uma série de suspense bobinha, se engana. O seriado une várias referências dos anos 80. Uma mistura de suspense bem trabalhado com uma história maravilhosa sobre amizade e lealdade que promete acalentar os corações e, ao mesmo tempo, fazer o espectador sair da cadeira ansioso para o próximo episódio.
O lado ruim é que a primeira temporada só possui oito episódios. Apenas oito chances. Oito cinquenta minutos. Isso é bem triste. Porém, devido ao sucesso da série, a segunda temporada será lançada em 2017!! Enquanto isso, nós ficamos na bad e criamos diversas teorias sobre o que poderá acontecer.
Confia em mim, vale a pena assistir! Para mim, o começo foi meio massante. Mas a partir do quarto episódio eu não consegui parar até chegar ao final!

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Roube sorrisos.


Você.
Aí mesmo.
Caro leitor,
Já parou para pensar no significado de um sorriso?! É, aquele sorriso. Quando a mandíbula se contrai, a boca se abre, os dentes aparecem. Um sorriso, leitor, vale mais que um diamante. 
É muito bom ter um sorriso roubado, não é?! Mas acredite em mim, é ainda melhor roubar um. Principalmente de quem você ama.

sábado, 30 de julho de 2016

Sobre os túneis pichados e a cidade imunda


A verdade é que não sei direito por onde estou andando. Algo me disse que esse túnel chegaria em algum lugar. Talvez não seja uma boa chegada, provavelmente vai combinar com a péssima partida. Parti. Apenas uma mochila bege pendendo em um dos ombros. Minhas sapatilhas já sujas por todas as vezes que andei por essa cidade imunda. A imundice inunda os bares, os becos e as casas. A sujeira vaza pelos narizes de cada indivíduo. Ninguém consegue se livrar dela. E eu tentei. Tentei limpar cada móvel. Tentei limpar cada cômodo da casa. Tomei mais de trinta banhos. Esfreguei a maldita esponja até a minha pele ficar vermelha. Vermelho cor de sangue. O sangue imundo que inunda o meu corpo agora. Não é mais algo visível. Talvez eu esteja andando em busca de redenção. Mas a verdade é que não me arrependo do meu ato. Reclamo da imundice mas acabo seguindo a linha da hipocrisia e me sujando também. Sujei-me de sangue, sim. Não nego. E agora, depois de limpa, ele permanece em minha memória. Minhas roupas denunciam uma garota de gênio forte, mas doce. Talvez o gênio forte tenha me feito tentar limpar um pouco da sujeira dessa cidade. E durante essa limpeza, tornei-me imunda. Agora busco por um lugar onde possa descansar. Não em paz, mas junto de todos aqueles que se sujaram como eu. Há alguém no fim do túnel, agora eu posso ver. Todas as luzes apontam para uma escada. Uma escada cheia de musgos. Uma escada completamente brilhante. Uma garota ruiva brinca em seus degraus. Eu estou a observando e caminhando em direção a ela. A garota derruba uma mochila bege. Nossos olhares se encontram. Eu sorrio. Ela derruba uma lágrima. E no meio de toda essa imundice, eu encontro alguém igual a mim. Tem sempre alguém te esperando do outro lado. 

Texto baseado na foto acima. Porque de repente, uma foto surge junto com uma história (ou um texto meio sem sentido) na cabeça do escritor. Dessa vez, não foi diferente. A foto é original do instagram da Sophia Abrahão. (sophiaabrahao)

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Resenha: O segredo de Ella e Micha - Jessica Sorensen


















Editora: Geração editorial
Ano: 2014
ISBN: 9788581301822
Páginas: 264
Nota: 3/5

O amor vai vencer?

O livro conta a história da protagonista Ella, que após a morte de sua mãe e um acontecimento envolvendo uma ponte, resolve fugir para Las Vegas e cursar a faculdade, deixando para trás a sua "vida antiga", junto com seu pai alcoólatra, seu irmão e Micha, seu melhor amigo - com quem vivia uma espécie de romance mal resolvido. Lá, ela faz uma nova amiga, porém essa amizade é concretizada após uma transformação completa de personalidade. A Ella explosiva, sombria e sarcástica passa a ser uma garota leve e calma. Entretanto, quando a protagonista volta para sua cidade natal e encontra Micha, é obrigada a reviver todo o passado e acaba aprendendo a encontrar um equilíbrio entre as duas personalidades. Ao longo do livro, a garota vai aprendendo a lidar com seus sentimentos. Além disso, o tal romance se desenvolve.

"Detesto espelhos. Não porque eu odeie o meu reflexo nem porque eu sofro de eisoptrofobia. Espelhos enxergam além da imagem. Sabem quem eu fui; uma garota que falava alto, negligente, que mostrava a todo mundo o que sentia. Não havia segredos. Mas, agora, eles me definem."

Não sei dizer muito bem se a história me agradou. É algo bem rápido de se ler, mas senti que foi o equivalente a nada. Apenas um romance de entretenimento completamente vazio. A história trata de temas pesados, como por exemplo, o suicídio, de uma forma extremamente sutil, leve e pior, superficial. A pior parte da história é narrada em praticamente um parágrafo e não há nenhuma mísera reflexão sobre isso. Ok, até existem reflexões e quotes que te fazem pensar. Mas sabe quando poderia ser mais?!

" – Toda vez que estou feliz, você sempre pergunta se estou bêbada ou algo parecido. As pessoas podem ser felizes sem a ajuda de certas substâncias. 
(…)
– A maioria das pessoas pode, mas nem todas."

O romance é extremamente clichê - mas isso eu já esperava - e surreal. Não consegui me identificar em nenhum momento e nem torcer para o casal principal. O casal secundário é muito mais interessante.
Apenas recomendo esse livro para aqueles que buscam algo para passar o tempo, pois não é nada profundo. Pelo contrário, é extremamente raso. Porém, divertido.