quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Resenha: Novembro, 9 - Colleen Hoover

Editora: Galera Record
Ano: 2016
ISBN: 9788501076250
Páginas: 352
Nota: 5/5

Você não deveria ser tão importante assim pra mim. 
Talvez o destino tenha alguma coisa a ver com isso.
Fazia muito tempo que não escrevia uma resenha porque, na verdade, fazia muito tempo que eu não lia um livro. Minha estante está repleta de não-lidos, mas sabe quando nenhum te interessa? Principalmente depois de escrever o meu livro e estar preocupada com o lançamento e outros detalhes da publicação. Mas parece que nesse fim de mês, o bloqueio literário resolveu ir embora. Foi escorrendo pelo ralo aos poucos, mas foi nesse exato momento em que tive o bendito estalo. Comecei a ler Novembro, 9 hoje mesmo, assim que minha encomenda chegou. E foram cinco horas de risadas, paixão, sofrência e um coração destruído em migalhas. Vocês sabem que eu odeio romance, mas a Colleen Hoover consegue me fazer amar cada um deles. Ela e sua habilidade de criar os melhores personagens e os melhores plot-twists. Deixando a divagação de lado, vamos ao que interessa.

"Meus defeitos são o que me faz acordar de manhã e o que me deixa acordada a noite."

Fallon costumava ser a protagonista de uma série americana famosa, mas tudo foi interrompido quando a casa de seu pai foi incendiada. Ela não costumava ficar muito lá, já que morava com sua mãe, mas estava ali naquela noite. Destino cruel? Talvez. Seu pai simplesmente esqueceu que ela estava ali e quando todos ouviram os gritos, a menina já estava ferida.

"Quem quer que tenha dito que a verdade machuca estava sendo otimista. A verdade é uma filha da puta que provoca uma dor excruciante."

Por isso, com dezoito anos, ela tem a parte esquerda do corpo repleta de cicatrizes. Desde o rosto descendo até a cintura. E é extremamente insegura com isso. Dia 9 de novembro é o aniversário do acidente. O livro começa dois anos depois, quando ela está em um restaurante com seu pai contando a notícia de que está prestes a ir para Nova York com o intuito de continuar sua carreira de atriz. Os dois começam uma briga quando ele diz que não existe mais chance para ela. Assim, de repente, surge Ben, um cara totalmente X que se mete no meio da conversa e finge ser namorado da garota enquanto a defende.

"Você nunca vai conseguir se encontrar se estiver perdida em outra pessoa."

A questão é que esse encontro culmina quando os dois acabam passando o dia todo juntos e acabam rindo, se divertindo, gostando um do outro e esquecendo o que aquela data significa. E então, criam um novo significado. Eles não poderão manter contato nenhum, mas deverão se encontrar todo dia 9 de novembro, na mesma hora e no mesmo local. E Ben tem a missão de escrever um livro sobre isso. Em troca, Fallon também tem que cumprir algumas tarefas.

"Talvez os gestos grandiosos não importem tanto quanto todas as coisas irrelevantes entre os dois personagens principais."

Novembro, 9 foi um livro que não me deixou largá-lo nem por um instante - talvez só um pouco, porque eu precisava respirar. A narrativa é totalmente ágil e, as vezes, angustiante. A premissa é sim, clichê, e lembra Um Dia - a autora até brinca com isso - mas Colleen Hoover, como sempre, consegue transformar o clichê em algo completamente diferente e incrível. A construção dos personagens também é extremamente bem feita. Fiquei com medo de não perceber o crescimento ao longo dos anos ou que a autora deixasse alguma coisa passar, mas isso não aconteceu.

"Porque quando você ama uma pessoa, tem o dever de ajudá-la a ser a melhor versão de si mesma."

Fallon e Ben são dois personagens incríveis e fortes que com certeza ganharam meu coração. No início, achei Ben um tanto quanto machista e pensei até em desistir da leitura. Mas depois, percebi que não era nada daquilo. Ainda bem que eu resolvi não parar no primeiro capítulo. Não vou falar muito sobre eles pois acho que todos deveriam conhecê-los, mas posso dizer que me ensinaram muitas coisas.


Aliás, essa é uma obra repleta de ensinamentos. Alguns estão ali, prontos para que você veja, outros estão contidos em pequenos detalhes. Mas o fato é que, sem dúvida alguma, esse não é só um livro de romance. É também sobre autoconfiança e deixar quem você ama livre. E também, sobre se amar. Foi muito bom ler essa história agora porque estava precisando ler algumas coisas do tipo. Sei que vou ficar bastante tempo refletindo sobre e eu amo quando isso acontece.

"A juventude e a beleza passam. A decência humana, não."

Nem preciso falar nada sobre as reviravoltas do livro que vão te fazer querer jogar Fallon da janela, depois Ben, depois a autora e por último você. Mas aí tudo faz sentido e tudo o que você vai querer fazer é agradecer a Colleen Hoover e pedir para que ela não pare de escrever nunca. Ah, e esses plot-twists são bem surpreendentes - eu pelo menos não imaginei.

"Mas quando se trata de uma batalha entre sua adrenalina e sua consciência, a adrenalina sempre vence."

Resumindo, se você não gosta de romance, leia Novembro, 9. Se você ama essa autora e romance, leia Novembro, 9. Se você está lendo isso aqui, leia Novembro, 9. Só leia. Mas prepare-se para juntar os pedaços do seu coração novamente.

2 comentários

  1. Como assim ficou um tempo sem ler? Mas eu te entendo, é tão triste quando a gente perde essa vontade...
    Graças a Deus você voltou a ler, pois eu amei a resenha e se eu já tinha certeza de que queria ler Novembro 9, essa certeza só aumentou!
    Vim aqui através do nosso grupo(blogueiros...) e adorei tudo!
    xoxo
    Fora do Contexto

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    Respostas
    1. Poxa, vou visitar o seu blog também!
      E sim, fiquei bastante tempo sofrendo dessa maldita ressaca literária! Obrigada e leia siiim, você vai amar!
      Beijos <3

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