domingo, 21 de dezembro de 2014

Resenha: Mathilda Savitch - Victor Lodato

Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580571639
Ano: 2012
Páginas: 312

Era alegre, sorridente, trazia a alegria por onde passava. Alguns dias, ficava trancada em seu quarto. Tinha vários namorados. O que será que deu errado?!

Após a morte de Helene, os pais de Mathilda fecham-se em um universo particular, acabam sendo superficiais e de certa forma ignoram a existência da garota, ela, então, decide ser má, quebra pratos "sem querer", machuca insetos e usa o vestido da irmã no aniversário da morte, para chamar a atenção. Mas na verdade a garota faz isso porque está assustada, confusa e não consegue aceitar a morte da irmã.

"Algumas pessoas parecem fantasmas, não se consegue captá-las, ou então, quando se consegue, elas não passam de um borrão."

A história se passa na época da queda das torres gêmeas e possível terrorismo e mostra muitos descobrimentos na vida de Mathilda, como o sentimento de amor que ela nutre por Anna - sua melhor amiga - e Kevin. No meio disso tudo, ela nos transmite seus pensamentos - muitas vezes resultando em ótimos quotes - e tenta descobrir quem empurrou a irmã para os trilhos do trem.

"Não é incrível a linguagem? Ela não cansa de me surpreender. Ás vezes você pode simplesmente dizer umas coisas e elas são como uma bomba, que arranca toda a sua roupa, e de repente você está ali, nu. Não sei se é enjoante ou lindo."

Se você está procurando um livro rápido, com bastante movimento, Mathilda Savitch não é pra você. O livro é bem monótono e tem base nos pensamentos de Mathilda, que são muitos interessantes. Quanto a questão do terrorismo, por exemplo, podemos ver no livro o protótipo criado da definição de terrorista - assim como os protótipos atuais (que não deveriam existir, aliás) - e a garota fica se perguntando se seu amigo - que segue esse protótipo - é terrorista, embora ache que não. Acredito que esse questionamento seja bastante preconceituoso, mas ao mesmo tempo interessante de ler, pois mostra justamente a mente de alguém na idade dela, sofrendo tudo o que ela sofreu.


A dor de Mathilda é diferente, mas ao mesmo tempo bastante expressiva. A maneira com que ela lida com os pais é bem interessante. Além disso, ao longo do livro, Mathilda vai refletindo sobre a irmã, sobre a felicidade exagerada que ela trazia por todos os cantos da casa e depois se trancava no quarto. Mas muitas coisas não podemos prever, ou podemos?!
Além disso, Helene tinha vários namorados secretos, um deles, Louis, torna-se elemento principal na história.
"Mas, a rigor, o único jeito de crescer é não olhar para trás. A gente tem que bancar as próprias convicções. E as minhas convicções são adeus e já vai tarde."

Senti um pouco de falta da questão da maldade, mostrada no book trailer, esperava muito mais coisas feitas por ela, um desfecho muito mais interessante, por isso é um livro que me decepcionou um pouco, acabei enrolando bastante pra terminar, pois não é algo que te prende, e sim uma narrativa bastante reflexiva.
Recomendo Mathilda Savitch para você que quer um livro para refletir e anotar vários quotes no caderninho.

Quote preferido:
"Quando a gente consegue fazer as pessoas rirem, é a melhor sensação que existe, de verdade."

2 comentários

  1. Oii, tudo bom?
    Sempre fico tentado a comprar esse livro, já que está sempre barato kkkk Mas leituras paradas não é minha praia =/ Adorei essas quotes, talvez eu venha a comprá-lo sim algum dia, mas provavelmente vai ficar estacionado na minha estante por um bom tempo kkk
    Parabens pelo blog =D Um abraço
    Oficina do Leitor / Facebook

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    1. Então, se eu soubesse que seria parado assim, ficaria parado na estante, mas eu gostei pelos questionamentos e tudo mais!
      Beijos e obrigada!

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