quarta-feira, 6 de abril de 2016

Resenha: Espada de vidro - Victoria Aveyard

Editora: Seguinte
Ano: 2016
ISBN: 9788565765947
Páginas: 496
Nota: 4/5

Cuidado. Todos podem te trair. Inclusive você.

Quando Julian disse a Mare Barrow para não confiar em ninguém. Ele quis dizer, literalmente, não confie em ninguém. Até mesmo você pode trair a si. O seu coração pode trair a sua mente. E a sua mente pode trair os seus princípios. Se pudesse descrever Espada de vidro em poucas palavras, seriam essas que acabei de descrever.

"Com aquele único gesto, ele mudou meu futuro e destruiu o próprio."

Mare se junta a Cal, Farley, Shade, Kilorn e a Guarda Escarlate para ir em busca de seu objetivo: encontrar os sanguenovos. Adolescentes, crianças, adultos e idosos que possuem o sangue de um vermelho e o poder de um prateado. Além desse objetivo, o desejo de vingança lateja no peito da garota elétrica e do príncipe perdido, matar Maven.

“Apesar da distância, posso sentir o calor do seu olhar penetrante e sua raiva fervente, me queimando de dentro para fora.”

Desse modo, todos acabam se unindo novamente, apesar da tensão presente. Todos podem trair todos, até mesmo aquele em quem você mais confia. Na sequência da série A Rainha Vermelha, muitas reviravoltas acontecerão e seu coração vai ficar do tamanho de uma ervilha.

“Se sou uma espada, sou uma espada de vidro, e já me sinto prestes a estilhaçar."

A narrativa poderia ser um pouco mais enxuta, em alguns momentos fiquei meio entediada, porém isso passou após um tempo. Acho que toda a ação está concentrada em um determinado ponto da história e, apesar da parte lenta ser necessária, ela poderia ter sido melhor distribuída.


Como de costume, fui surpreendida e quis, muitas vezes, jogar o livro pela janela. Digo que o principal diferencial desse livro é o estudo da protagonista. Consegui enxergá-la com muito mais propriedade e ela não é o tipo de personagem que amam ou odeiam. 
Mare Barrow é acima de tudo humana. Isso fica bem perceptível durante todo o livro, ela também é egoísta, também possui defeitos. Não é a heroína que sempre acerta, pelo contrário. Isso faz com que a leitura seja muito mais dinâmica, pois o leitor passa a ter a incerteza do que pode acontecer nas próximas páginas. Ela pode vencer uma guerra, perder, ou tornar-se o motivo para uma.
Talvez a guerra seja dentro de seu próprio interior.

"— Sei como é matar uma pessoa — ele sussurra, com os olhos distantes, dois pontos de luz nas trevas do dormitório. A voz dele está diferente, assim como ele próprio. É reflexão de um soldado, de alguém que sobreviveu tempo demais nas entranhas da guerra. — Sei o que isso causa na gente."

Recomendo Espada de vidro para todos que já leram o primeiro livro, claro. Não irão se decepcionar nem um pouco. E aos que não leram, façam o imenso favor para vocês de começar a ler essa série.

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