quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Coluna da Dani

Muito bom dia, boa tarde, ou boa noite, dependendo da hora que estiver lendo isso. Seja bem vindo de volta ao blog maravilhoso da Bia, ou, se for sua primeira vez também: Bem-vindo!
O blog é dela, mas hoje (e todas as quintas) eu roubo um pedacinho pra mim, vivendo no infinito, como vocês :)
Semana passada vim com uma ideia de trazer uma fic, que continuarei a cada post, em cada quinta. Para acompanhar, leia a parte I aqui: Parte 1
E vamos para a Parte 2 de hoje? Espero que gostem!

Escute enquanto lê:


Tempo ao tempo

Dez de agosto de dois mil e catorze

Depois de mais de um mês entre conversas e trocas de mensagens de voz, hoje definitivamente era o dia. O dia em que eu havia decidido parar de adiar, como havia feito desde que o conheci. Hoje, definitivamente hoje, iriamos nos encontrar, cara à cara, pela primeira vez.
Nova notificacação:
"To muito ansioso."
Sorri, deitada na cama, sentindo um frio na barriga, contando os minutos.
"Dorme." - Sugeri. - "Logo chega a hora".
Poucos segundos depois, recebi:

"Não consigo."
Nem eu conseguiria, confesso. Prova disso era observar no relógio que ainda restavam uma hora e meia e já diante do armário escolhia algo para vestir. Nada muito arrumado, nem muito desmazelado. Um meio termo difícil de encontrar. Depois de provar umas oito opções, me satisfiz com a nona: blusa, saia e uma alpargata preta.
Mais uma vez, olhando o relógio... Faltavam dez minutos! Sim, eu sempre demorei demais no quesito roupa. Até um penteado elaborado demoraria menos.
Terminei de me aprontar, e já estava dez minutos atrasada. Que beleza.
Peguei no celular:
19:23 - Na hora que estiver vindo me avisa, tá?
19:24 - Aí eu desço.
19:30 - Nem precisa se arrumar ein, to indo de pijama.
19:42 - Cadê você? Sumiu?
Pijama?
Olhei para o espelho, tarde demais, agora vou assim.
Peguei a chave, e fui descendo o elevador tentando controlar o frio na barriga enquanto digitava: "Estou saindo daqui." Enviar.
Caminhando pela rua, uma mistura louca de ansiedade, medo e nervosismo me controlavam. Chequei o celular rapidamente, e a mensagem não tinha enviado ainda. Me restavam dois quarteirões. Diminui o ritmo, erguendo o celular ridiculamente, como alguém querendo se comunicar com extraterrestres, ou algo anormal do tipo. Foi!
Estava andando tão devagar que uma tartaruga me ultrapassaria, com folga, e ainda riria da minha cara. Mas era preciso, não tinha dado tempo dele descer do prédio dele e chegar no local. Quer dizer, acho.
A sensação de medo e frio na barriga estavam mais fortes do que nunca nesse momento, a rua já escura, com raras pessoas passando de um lado a outro. E eu acabara de ouvir alguns passos bem próximos a mim, faltando pouco mais de meio quarteirão para o destino final.
- Linda!
Meu coração parou.

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