terça-feira, 5 de julho de 2016

A Rebelde Do Deserto - Alwyn Hamilton

Editora: Seguinte
Ano: 2016
ISBN: 9788565765992
Páginas: 312
Nota: 3/5

Que tipo de pessoa você é quando deixa alguém para trás?

Amani é uma das habitantes do deserto de Miraji. Seus pais morreram e agora a garota mora com a tia, porém sofre muito nas māos da única família que sobrou. Segundo as normas da sociedade, deverá casar-se com alguém bem mais velho em breve. Porém, Amani nāo aceita tais regras obsoletas e seu maior desejo é fugir para Izman, onde sonha em encontrar uma tia, amiga de sua māe. 
Enquanto isso, uma guerra acontece. Um príncipe rebelde que anuncia um novo deserto, uma nova aurora, novas regras e uma nova conduta. O exército gallan e do general estāo contra ele e os djinnis - humanos que possuem alguns poderes.


"Era muito difícil confiar num garoto com um sorriso daqueles. Um sorriso que me dava vontade de acompanhá-lo até os lugares sobre os quais havia me contado, mas ao mesmo tempo me deixava certa de que eu não devia fazer isso."

Em um concurso de tiroteio que Amani frequenta para ganhar dinheiro - vestida de menino, claro, denominando-se Bandido dos olhos azuis - ela conhece Jin. A partir daí, a trama se desenvolve. Ela acaba tendo que escolher muito bem em quem confiar e também quem abandonar. Além disso, uma reviravolta acontece e muda os rumos da história.

"Diziam que só pessoas mal-intencionadas andavam pela cidade de Tiroteio depois do anoitecer. Eu não tinha más intenções. Nem boas."

A trama é ágil, porém extremamente confusa. Não é um confuso saudável que, ao longo do livro, o leitor entende o universo criado e liga a história. É um confuso que permanece durante toda a narrativa e distancia o leitor do livro. O que é uma pena, pois o universo criado pela autora parece ser muito inteligente e foi apresentado de forma muito drástica, de maneira que não consegui entender praticamente nada.

"- Você é este país, Amani - ele disse, mais baixo agora. - Mais viva do que qualquer coisa deveria ser neste lugar. Toda feita de fogo e pólvora, com um dedo sempre no gatilho."

Além disso, muitos personagens foram inseridos na história e nenhum deles, além dos protagonistas, foram bem aprofundados. Isso deixou a narrativa rasa e meio sem sentido - uma vez que determinado nome aparecia uma vez e, quando aparecia de novo, já não sabia a quem ele pertencia.
Mas, tirando esse problema, tudo é bem dinâmico no livro e não te faz querer parar a leitura. Gostei da maneira como Amani foi desenvolvida, apesar de ter me irritado com ela certas vezes. Ela é uma protagonista forte e independente, sou apaixonada por personagens assim. Gosto de como ela deixa algumas pessoas pra trás, e depois passa a não deixar mais. A autora soube muito bem como inserir o sentimento dentro dela e como tudo a mudou. Esse crescimento com certeza é a melhor parte do livro.

"Eu tinha passado a vida sonhando que minha história começaria quando finalmente chegasse a Izman. Uma história escrita em lugares distantes com os quais eu nem sonhava ainda. No meu caminho até lá, eu me livraria do deserto até não sobrar nenhum grão de areia para marcar as páginas."

Não sei se recomendaria A Rebelde do Deserto, provavelmente não. Tenho uma certa dificuldade em lidar com enredos confusos, cheios de nome e pouca explicação. Também não tenho muita paciência de ficar anotando ou voltando nas páginas para ver quem é quem e coisa e tal. Mas, se você não se importar com essa confusão e complexidade e quiser tentar entender o mundo criado pela autora, te aconselho sim a ler A Rebelde do Deserto, por ser algo completamente diferente do comum no mundo literário.

Nenhum comentário

Postar um comentário