Ano: 2015
ISBN: 9788568263242
Páginas: 288
Um novo ciclo e o reino silenciado.
O Mundo das vozes silenciadas é o segundo livro da série O Reino. (você pode conferir a resenha do primeiro livro aqui).
Anos se passaram após a decisão de Sophie de deixar o reino e enfrentar os problemas da vida real. Depois da fase de bullying e depressão, acompanhamos uma nova etapa de existência, a vida adulta. Quando o livro começa, a garota já terminou a faculdade e agora é assessora da banda de rock Maguifires e namora justamente um dos membros, Nicholas. Mas um fantasma do passado a assombra, Léo. Os dois namoravam e acabaram terminando de uma maneira um tanto quanto difícil, mas o garoto não saia da cabeça de Sophie.
"Após aquela comemoração, eles tiveram uma última e longa discussão, e Léo a deixou em casa em lágrimas incessantes. Pouco depois, ele lhe enviou uma mensagem:
Estaremos sempre em nosso aquário, AC/DC."
Nesse livro temos muito mais vida real e muito menos reino, o que me agradou bastante. Gosto de enxergar o lugar mágico mais como uma metáfora que uma realidade paralela, mas acho que no fim das contas é justamente isso, cada um tem um reino, um refúgio. Isso é o que mais me encanta na narrativa.
"- Você está distante hoje - reparou Nicholas diante da porta do quarto.
- Então me faça ficar mais próxima... - sussurou a jovem."
Outra coisa pela qual me encantei é poder ter conhecido um pouco mais desse mundo de bandas nos bastidores. O livro mostra bastante da coisa de marketing, os problemas com a imprensa, o que dizer e o que não dizer e as consequências que cada palavra e cada ato podem trazer. É tudo meio que cronometrado. Isso é um dos principais motivos que deixa Sophie um tanto quanto perdida.
"Ali perto, dois Tirus discutiam por escamas de sereia e pó de fadas. Ali perto, dois Tirus discutiam por causa de um estranho tipo de pão, que tinha cor lilás. Sophie viu o quanto estavam alterados, e o conflito poderia partir para uma agressão física a qualquer momento. Aquilo era totalmente inesperado para seu local mágico. O Reino parecia ter saído de um conto de fadas, e gostava de acreditar que ali nunca havia gritos e discussões."
O que me irritou no início do livro é o plot principal. O tempo inteiro a garota não consegue se decidir entre ficar com o Nicholas ou com o Léo - que agora faz parte da banda Unique - e isso é tão clichê que comecei a ficar com medo do que poderia vir em frente. Estou um pouco saturada de triângulos amorosos, principalmente quando um casal é mais meloso que o outro. Além de tudo ter ficado um tanto quanto superficial. Mas essa irritação mudou ao longo do livro, vocês vão logo saber porquê.
"Parecia uma cena de guerra, quando os dois exércitos param frente a frente para se encarar antes da batalha. Sophie manteve os olhos fixos em Léo, mas continuou segurando com firmeza a mão de Nicholas. Estava um pouco trêmula, e a força do namorado lhe transmitia um calor bem-vindo."
Temos temas mais polêmicos, também. Samantha - minha personagem preferida - é aquela típica inconsequente, sabe? Mas ali dentro havia muitos problemas e confusão. A garota se envolve com muito álcool e drogas, isso me chamou a atenção, pois não é um assunto muito tratado ultimamente. Acho que poderia ter sido mais desenvolvido, mas como é um livro mais voltado para o público infanto-juvenil, é compreensível.
Há um momento em que Sophie de fato pira com toda a coisa de imprensa, principalmente com a pressão sobre seu romance não assumido com Nicholas, e então tem uma recaída, o que influencia muito no reino. Quando ela acorda no lugar mágico, tudo está diferente. As vozes de repente foram silenciadas - já falei que amo essa metáfora? - e tudo está morrendo aos poucos. Mama Lala deixa uma missão para a garota, decifrar três novas cartas do tarô que dizem muito sobre ela.
"Lembre-se, princesa: existe magia até mesmo na dor."
É aí que tudo começa a ficar ainda mais interessante. Gosto muito dessa parte pois as autoras souberam conduzir muito bem os pensamentos de Sophie. A Carol conseguiu aprofundá-los e me fazer sentir como a protagonista. No final tudo fez sentido pra mim. O livro começa com um clichê mas termina com uma mensagem incrível, e acho que esse é o maior motivo pelo qual recomendo O mundo das vozes silenciadas e digo que gostei bastante. A protagonista percebe que não precisa ter sempre um companheiro para ser feliz. É muito bom também ter um tempo sozinha, se descobrir. Acho que essa é uma mensagem que muitos deveriam ouvir, principalmente os jovens. Obrigada, Carol e Sophia, por terem-na transmitido.
Bia meu amor, eu amei O Reino, e ainda não comprei este, mas eu preciso, tipo muito mesmo. Adoro suas resenhas, e essa ultima frase em citação, sei lá, é motivadora de uma forma que consegue tirar forças de onde não tem mais. Adorei o post meu amor♥
ResponderExcluirBeijinhos Açaí ^^
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