domingo, 7 de dezembro de 2014

Resenha: Panic - Lauren Oliver

Editora: Harper Collins
Ano: 2014
Páginas: 408
ISBN: 0062014552

Para acabar com o tédio na cidade de Carp, um jogo foi criado. Seu nome? Panic. Objetivo? Desafiar as pessoas a enfrentar seus medos. O prêmio? 67 mil dólares.

Todos em Carp High devem pagar um dólar por dia, sem recusa. Apenas os senior years - estudantes do último ano do ensino médio - podem participar. Dois juízes planejam o jogo, decidem os jogos, enviam as instruções e decidem os pontos. Ninguém sabe quem eles são. Além disso, a polícia vive atrás desse jogo, mas todos sabem que Panic não vai acabar. Apesar das mortes já causadas.
A narrativa é escrita em terceira pessoa, focando nos dois protagonistas: Heather e Dodge, sendo a cada capítulo, um foco.

"The bets are in. The games is on. I'll make you a trade: A sister's leg for a brother's life."

No início, senti que me decepcionaria. Apenas Dodge tinha realmente um motivo para entrar no jogo e um objetivo forte caso ganhasse, Heather era muito fútil, mas a garota acaba passando por algumas coisas que fazem sua máscara fútil cair e mostram seu verdadeiro eu. Bishop e Natalie também são dois personagens importantes no livro - mesmo não tendo capítulos nomeados. A amizade dos quatro é muito bem retratada, com seus altos e baixos, segredos, mentiras, e aqueles momentos em que sabemos que não há mais nada a ser feito a não ser ficar em silêncio.
Os jogos - dentro do jogo maior - no início me deixaram entediada, mas tudo foi ficando cada vez mais complicado e dark, além da presença da polícia e toda a história por trás de Heather e Dodge.


Heather é uma garota que se esconde atrás de uma máscara fútil, mas no fundo é forte e se preocupa com quem ama, principalmente com Lilly, sua irmã. A mãe da garota está constantemente bêbada e nunca ligou para as duas de verdade. É em um desses clímax que a mascará de Heather vai para o ralo. A relação dela com a irmã e a mãe me deixou angustiada, principalmente depois de alguns acontecimentos. Adorei o que Bishop diz para ela certa vez, pois acredito que ele certamente definiu a garota em poucas palavras,

"You know what your problem is? You want everything to be shitty. You have a sister who loves you. Friends who love you. I love you, Heather. (...) But all you see is the crap. So you don't have to believe in anything. So you'll have an excuse to fail."

Dodge está no jogo por um sentimento de vingança, já que um dos jogadores contribuiu para que sua irmã se tornasse paraplégica. Além disso, ele é obrigado a aguentar a batida da cama na parede, quando sua mãe está com alguém em casa, e todos os homens com que ela sai. Gostei bastante do modo como a vingança é tratada, até o ponto que o protagonista pretende ir motivo por ela.

"He wasn't afraid. He just didn't care. And that was very, very different."

"Something inside Heather cracked, and in that moment she was concious that her life she had been building up walls and defenses in preparation for something like this; behing them, the pressure had been mounting, mounting. Now the dam broke, and she was flooded, drowning in rage and hate."

Apenas um defeito na história dos dois é a similaridade, a autora poderia ter trabalhado muito mais as histórias de cada um e as diferenciado.
Outro ponto forte é o romance retratado no livro, sendo mais um plano de fundo do que o foco principal. Além disso, Lauren fugiu completamente do clichê, os protagonistas não são um par amoroso.
Ao decorrer das 100 primeiras páginas você vai enrolar, enrolar e ficar entediado, mas eu digo "não desista, vire a página", não consegui parar de ler até chegar ao final.


Em resumo, é uma história muito boa, mas que poderia ter sido mais desenvolvida em relação a certos aspectos da história dos personagens, sendo parada apenas no início, mas depois funciona como uma jaula, te prende até o final. O nível de inglês é intermediário - avançado, tive que buscar apenas algumas palavras no dicionário, mas a leitura fluiu tranquilamente.

"No one had ever told her this basic fact: not everyone got to be loved. It was like those stupid bell curves they'd had to study in math class. There was the big, swollen, happy middle, a whale hump full of blissful couples and families eating around a big dining room table and laughing. And then, at the tapered ends, there were the abnormal people, the weirdos and freaks and zeros like her."

"Did you ever do something bad for a good reason?
Yes.
So what does that make us? Good, or bad?
Both, I guess. Like everybody else."



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