Um novo universo

Vi uma garota de cabelos castanhos em uma livraria. Andava pra lá e pra cá com vários livros na mão. Todos os dias. Decidi segui-la no natal. Abriu um presente e viu todos aqueles livros que ela mais queria. Abriu um sorriso. Fiquei intrigada. Realmente não entendia o sentido de todos aqueles livros. O cheiro do livro. As paginas do livro. As histórias do livro. As palavras. Ela ficou tão feliz. Com um livro. Não tinha sentido. Abri a porta de sua casa sem nem menos conhecer. Estava indignada. Ela poderia ganhar colares, anéis, brincos, roupas, câmeras fotográficas, computadores e tudo o que não fosse um livro. A garota me olhou assustada enquanto eu perguntava aos berros qual era o sentido de tudo aquilo. Então seus olhos me olharam. Ela se sentou e balançou a cabeça como se a louca da historia fosse eu. Então olhou pra mim e disse que livros são feitos de palavras que entram na mente da gente nos fazem sentir, nos fazem questionar, nos fazem ver o mundo de outra maneira, nos fazem rir e nos fazem chorar, nos fazem experimentar coisas novas e sentimos que não conhecemos. Disse que os livros são como um mar de sentimentos colocados em palavras em que você mergulha e acredite, depois não quer mais sair. Os livros te mostram o lado bom da vida, mostram que às vezes um casal pode ser um belo desastre, que certas garotas são de vidro e você nem imagina isso, te faz perceber que alguns infinitos são maiores que os outros, te fazem ter vontade de participar e imaginar uma sociedade secreta. Fazem você chegar à conclusão de que todos são divergentes e se perguntar se a melhor maneira de viver é sendo um reiniciado, que o amor pode estar na métrica e não se pode confiar em garotas bonitas com segredos feios. Livros te fazem quebrar as barreiras da vida. Saí da casa, dei meia volta e fui a uma livraria.