Ano: 2015
ISBN: 9788565765572
Páginas: 336
Nota: 4/5
Tantos lugares incríveis aí, bem perto de você...
"Fecho os olhos e sinto tudo girar. Talvez dessa vez eu vá em frente, deixe o ar me levar pra longe. Será como flutuar em uma piscina, adormecendo até que não exista nada."
Finch sempre vai para a torre do sino, mas nunca pulou. Seria feio demais, escandaloso demais. Então simplesmente sobe no parapeito, esperando que o vento o derrube por acidente e gritando tudo o que quer gritar. Como a liberdade antes da possível escuridão. Mas, nesse dia, ele não está sozinho. Violet Markey está do outro lado da torre, pensando se deve pular. E assim, duas vidas se encontram. Duas vidas são salvas. Duas vidas serão mudadas. Para melhor? Para pior? Tudo é relativo.
"Não são muitas as pessoas que diriam isso e mim, mas um ponto positivo da vida é que podemos ser alguém diferente pra cada pessoa."
Os dois acabam tendo que fazer um trabalho juntos, conhecer lugares incríveis, lugares inusitados de Indiana. O que, a principio, eram pra ser dois lugares, torna-se uma longa jornada.
Começarei fazendo uma confissão: eu não chorei durante a leitura. Toda santa pessoa que diz ter lido esse livro vem com a mesma sentença "chorei horrores" mas eu simplesmente não chorei. Só que fiquei com aquele maldito nó na garganta. Realmente não sei o motivo, mas mesmo não tendo chorado, posso dizer que esse livro mexeu muito comigo e me fez refletir demais sobre tudo, mas principalmente sobre suicídio, o principal foco do livro, além, claro, do romance.
Finch é meu personagem preferido. Além de ter me identificado bastante, amo o modo como ele simplesmente não se importa - apesar de se importar - e mudar de personalidade a cada dia. Digo, um dia é o Finch desleixado, em outro, o Finch fodão, mas no fim das contas quem está ali é apenas o Finch, no mais único sentido da palavra.
Violet também me tocou, mexeu comigo, não me identifiquei tanto quanto Finch, mas consegui sentir na própria pele o que ela estava sentindo. Torcia pra que ela se recuperasse.
"Não sou perfeita. Tenho segredos. Sou uma bagunça. Não só meu quarto, mas eu mesma. Ninguém gosta de bagunça. As pessoas gostam da Violet que sorri."
Acontece que no fim fui surpreendida. Surpreendida e apegada, tanto que reli todas as últimas páginas de novo, não queria que acabasse e... quando você ler, saberá. Só sei que foi um dos livros em que mais me apeguei nos personagens. Pelo que eu sei, ele será adaptado para os cinemas, nem preciso dizer o quão ansiosa estou, né?!
Achei incrível essa ideia de visitar os lugares incríveis. Pode ter um aí pertinho de você, de mim, e a gente nem sabe. As vezes esse lugar é o nosso próprio quarto. Ou um jardim. Até mesmo uma cidade murada.
"É como se meus pensamentos acelerassem tanto que eu não conseguisse acompanhar meu próprio cérebro. Palavras. Cores. Sons. Às vezes tudo vira pano de fundo e o que sobra é o som."
Mas o que mais mexeu comigo - além do final e da história toda, na verdade - é o modo como a autora tratou o suicídio. Queria fechar o livro, viajar até ela e agradecer muito. Acho que ainda mais que sexo, esse é um dos maiores tabus da sociedade. Já ouvi muitos comentários dizendo que "Isso é egoísmo", entrei muitas outras coisas ridículas. A autora deu um belo tapa na cara das pessoas que julgam sem nem mesmo saber do que estão falando. Ainda farei um post sobre esse tabu.
No fim das contas, o meu lugar incrível foi o próprio livro, e posso dizer que amei visita-lo. Quero reler quando tiver tempo!